Pingo Final: Caso Russomanno – Vamos logo com isso, ministros Toffoli e Cármen Lúcia!

  • Por Reinaldo Azevedo/Jovem Pan
  • 03/08/2016 10h43
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DIVULGAÇÃO Celso Russomanno candidato à prefeitura de São Paulo

A boa notícia para São Paulo é que o deputado federal Celso Russomanno (PRB), que aparece como primeiro colocado nas pesquisas de intenção de voto à Prefeitura, começa a tropeçar na própria biografia. Assim como tropeçava, há quatro anos, na inconsistência.

Russomanno é réu no Supremo, acusado de peculato — desvio de dinheiro público — por pagar o salário de uma funcionária de sua produtora de vídeo, a Night and Day, com recursos da Câmara dos Deputados. Segundo o Ministério Público Federal, entre 1997 e 2001, Sandra de Jesus atuou como gerente da produtora, mas seu salário foi pago pelo contribuinte.

Inicialmente, Russomanno havia dito à reportagem da Folha não haver “impedimento legal para que um assessor parlamentar possa exercer outras funções privadas. O que não foi o caso”. Confrontado com o fato de que Sandra assinou a carteira de outra funcionária da Night and Day, o deputado mudou a versão e agora diz que a gerente exercia atividades esporádicas para a produtora.

Mas por que foi ela a assinar a carteira? Russomanno, acreditem!, diz que isso aconteceu sem o seu conhecimento. Ah, bom!

Na nota, o deputado se esmera: “Sandra passou a exercer atividades internas, eventuais e esporádicas na Night and Day, que não compreendiam a assinatura de carteiras de trabalho […] fora do horário de expediente e no mesmo endereço do meu gabinete em São Paulo”.

Entenderam?

O mais curioso é que esse caso já rendeu a Russomanno, em 2014, uma condenação a dois anos e dois meses de prisão, convertida em pena alternativa. À época, ele estava sem mandato e recorreu da sentença. Como se elegeu deputado mais uma vez, o processo migrou para a Supremo.

A relatora do caso é a ministra Cármen Lúcia, e o revisor é Dias Toffoli, com quem está o processo no momento. Os fatos são de uma clareza solar. Espera-se que o tribunal tome logo uma decisão, qualquer que seja ela.

Morador de São Paulo, torço para que seja a melhor, se é que me entendem. Se um dia virar prefeito, não há nenhuma razão para este senhor não reproduzir na Prefeitura as práticas vigentes em sua produtora e em seu gabinete.

Os paulistanos merecem a devida presteza, ministros Toffoli e Cármen Lúcia!

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