Pingo Final: Como resposta ao ódio, paz, alegria e convicções

  • Por Jovem Pan
  • 17/08/2015 11h33
  • BlueSky
Protesto em Brasília EFE Confira imagens dos protestos pelo Brasil neste 16 de agosto

De novo, pela terceira vez seguida, muitos milhares de pessoas protestam sem que se tenha registrado um único incidente, nada. Famílias inteiras nas ruas. Pessoas de todas as idades: avós, filhos, netos, bisavós, como cheguei a encontrar. Nem uma lata de lixo queimada. Nada! Nem uma porta de banco quebrada. Nada! Nem uma estação de metrô depredada. Nada! Nem um ônibus incendiado. Nada!

Em vez de disparar balas de borracha, policiais posavam para fotos, com alguma frequência, para selfies. Em vez de militantes metendo o dedo em riste na cara de homens fardados que estão trabalhando, a mão amiga no ombro. Vi uma cena curiosa: havia uma pequena fila para tirar retratos até ao lado de cães treinados para conter eventuais distúrbios.

Mas não houve distúrbio nenhum. Mais de 200 cidades se manifestaram em paz. Os black blocs não estavam lá porque bandidos mascarados não são aceitos por gente decente, que trabalha, que estuda, que trabalha e estuda. Não houve momento nenhum de tensão. Em 2013, Gilberto Carvalho, então secretário-geral da Presidência, confessou ter conversado várias vezes com lideranças desses marginais. Em vez de chamar a Polícia Federal, ele se reuniu com a bandidagem.

Digo ainda mais: ao fim da passeata, com a Paulista já desocupada, fiz um pequeno passeio pela avenida. Para uma via que acabara de receber, segundo a PM, 350 mil pessoas — 135 mil, segundo o Datafolha —, ela estava, surpreendentemente limpa.

As passeatas do antipetismo em todos os estados do país e no Distrito Federal são exemplos, antes de mais nada, de civilidade, de cordialidade, de alegria, de zelo pela cidade. Em vez do ódio que corrói a alma das esquerdas, a tranquilidade de quem está cobrando apenas o cumprimento da lei.

Sei, porque os conheço, o quanto uma narrativa como essa deixa frustrados e melancólicos os subintelectuais de esquerda — afinal, se intelectual mesmo, como ser de esquerda? Esses teóricos da desgraça só aceitam como legítimos movimentos que consideram “disruptivos”, que provocam fratura e trauma na sociedade. A suposição de que reformas possam tornar o mundo melhor e de que se possa avançar também conservando valores é dolorosa para a sua pequena inteligência.

Afinal, esses valentes têm a ambição de conhecer o futuro da história e o futuro da humanidade. E delegam necessariamente a partidos e a entes de razão a tarefa de conduzir a luta e a revolução. Quando são obrigados a se confrontar com homens reais, com mulheres reais, com famílias reais, com aquelas pessoas que sustentam a máquina do estado — incluindo a sua (dos esquerdistas) boa vida —, então eles se revoltam e pespegam nos verdadeiros pilares da sociedade a pecha de “reacionários”, de “coxinhas”, de “golpistas”.

É doloroso para as esquerdas que as ruas tenham reunido pobres, ricos e remediados; brancos, mestiços e pretos; homens e mulheres; héteros e gays; jovens, maduros e idosos… E todas essas pessoas estavam reunidas sob uma única bandeira: a do Brasil. Não havia “ismos” cobrindo a realidade com fantasias liberticidas sob o pretexto de proteger minorias. Até porque, meus caros, a MENOR DE TODAS AS MINORIAS FORMAVA UMA MAIORIA ESPETACULAR: O INDIVÍDUO.

Sim, quem estava nas ruas, nas praças, nas calçadas, em todo canto, eram indivíduos livres, que tinham e têm como causa a Constituição. E que não se ajoelham diante de homens e de mitos.

O PT não tem o que dizer a essa gente, que veio para ficar.

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.