Pingo Final: Decisão de hoje do STF pode alterar quadro eleitoral em SP e pôr Marta na liderança

  • Por Reinaldo Azevedo/Jovem Pan
  • 09/08/2016 09h33
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Antonio Araújo / Câmara dos Deputados Russomanno - ACAMARA

O Supremo deve tomar hoje uma decisão que terá impacto na maior cidade do país. Está previsto o julgamento da ação que pode tornar inelegível Celso Russomanno, pré-candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRB. Nas pesquisas de intenção de voto, ele aparece em primeiro lugar.

O julgamento estava previsto para o dia 16, mas foi antecipado. Ainda bem! Já digo por quê.

Para lembrar: o agora deputado federal foi condenado em primeira instância a dois anos e dois meses de cadeia por ter pagado o salário de uma funcionária da sua produtora de vídeo com recursos da Câmara. Isso ocorreu entre 1996 e 2001.

Quando a condenação aconteceu, ele não era deputado e recorreu da sentença. Tão logo se elegeu, para sua tristeza, o caso teve de ir para o Supremo. Se não tivesse recorrido, talvez não estivesse na atual enrascada.

Vejam uma coisa: a Lei da Ficha Limpa leva em conta a data do registro da candidatura para considerar se o candidato é, vamos dizer, limpo ou não. Esse prazo se esgota no dia 15. Se o julgamento do caso Russomanno acontecesse no dia 16 e se ele fosse condenado, seus advogados certamente recorreriam mais uma vez ao STF.

Russomanno usa em sua defesa um parecer da Mesa Diretora da Câmara segundo o qual um assessor parlamentar pode ter mais de um emprego.

Bem, não é por isso que Russomanno foi condenado na primeira instância: ele foi acusado de pagar o salário de uma funcionária de sua produtora com dinheiro do contribuinte.

Não sei que decisão os ministros tomarão. Mas me parece que os tempos não andam muito caroáveis com os que adotam o método Russomanno de gestão. Até porque, segundo a condenação da primeira instância, ele fez um “negócio” que era bom para apenas uma das partes: ele mesmo.

A relatora do caso, que teve revisão do ministro Dias Toffoli, é a ministra Cármen Lúcia.

Para lembrar: se Russomanno se tornar inelegível, Marta Suplicy (PMDB) assume a dianteira nas pesquisas de intenção de votos. No retrato do momento, ela venceria qualquer um dos seus adversários num segundo turno. A exceção é justamente o deputado do PRB.

O que eu acho? Acho que pagar o salário de funcionária de uma empresa privada com dinheiro público é mesmo… peculato!

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