Pingo Final: Gilberto Carvalho sai da toca para atacar governo que até pouco integrava

Meu pingo final vai para Gilberto Carvalho, ex-ministro da secretaria-geral da Presidência, olhos, ouvidos e braço esquerdo de Lula, resolveu sair da toca política para, ainda que com modos de sacristão, atacar o governo que ele integrava até outro dia. Agora com um empregão no Sesi – ele é presidente do Conselho de Administração -, ele falou nesta segunda à noite, em Fortaleza, a uma plateia de 500 pessoas ligadas a sindicatos.

O chefão petista deixou clara a sua ideia de governo e a que ele resume a sociedade brasileira: movimentos sociais e sindicalismo. E se diz com vergonha do fato de o governo não ter negociado o pacote fiscal com essas intidades.

Um dia depois de o país ter assistido à maior manifestação de sua história, com um repúdio claro ao PT e às suas táticas, Carvalho considerou:

“Levou um mês para ser chamada a CUT lá no Palácio. Um mês para o MST ser chamado lá no Palácio. E viemos com um pacote que só penalizou o lado dos trabalhadores, sem nenhuma comunicação. Devo dizer que fiquei muito triste com isso. Esse foi um erro imperdoável que nós cometemos.”

Esse “nós” é só uma forma de esconder a esculhambada que está dando em Dilma. E, como ele é Gilberto Carvalho, está, obviamente, dizendo uma bobagem gigantesca. Por ele, a presidente erraria ainda mais do que está errando. Notem: a única pauta que interessa a este senhor é aquela levada pelos petistas no dia 13. Na fala de Carvalho, o dia 15 não existiu. Esse foi o caminho que levou Dilma à ruína.

Ontem, numa página de internet, um grupo de black blocs ameaçou barbarizar as manifestações marcadas para dia 12 de abril. Eu acho que isso é matéria para a Polícia Federal e acho que a Polícia Federal deveria procurar Gilberto Carvalho, porque numa entrevista à Folha no ano passado, ele confessou ter conversado várias vezes com lideranças dos mascarados.

E só para registro: Carvalho não existe. Carvalho é uma ficção. Carvalho é Lula.