Pingo Final: Mais uma entrevista de Cardozo eivada de sandices

  • Por Reinaldo Azevedo/Jovem Pan
  • 11/04/2016 10h49
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Brasília - O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, durante coletiva, após apresentar a defesa da presidenta Dilma na comissão especial que analisa o pedido de impeachment (Valter Campanato/Agência Brasil) Valter Campanato/Agência Brasil O advogado-geral da União

Se há coisa de que José Eduardo Cadozo não se cansa, fiquem certos, é o ridículo. Nesse quesito, ele é insaciável e renova seus votos no vexame a cada entrevista que dá. Já se mostrava um fanático do vício quando ministro da Justiça. Cheguei a achar que fosse se conter na Advocacia-Geral da União — afinal, o posto é um pouco mais do que um simples braço da Presidência. Mas ele não se controla. Afinal, é um petista e não desiste nunca de dar mais um passo depois de ter chegado ao limite.

O homem concede uma entrevista à Folha desta segunda. Para falar alguma novidade? Talvez uma, ao menos na retórica oficial, tão falsa como moeda de R$ 3.

Cardozo, agora, decidiu fazer terrorismo econômico. E argumenta com a retórica dos, digamos, loucos:

“Se banalizarmos o impeachment da forma como alguns querem, o país não terá mais estabilidade jurídica, porque qualquer governo que possa passar por uma crise econômica ou de popularidade terá o impeachment como ameaça permanente. Quem vai querer investir no Brasil com uma instituição tão fragilizada? Que segurança jurídica terão os mercados para garantir uma possibilidade de crescimento ao país quando o sistema se mostraria tão frágil ao ponto de a simples retórica substituir o fato na cassação de uma presidente da República? Superar o impeachment é fundamental para o país avançar e sair da crise.”

A verdade está no exato avesso. Ninguém investe no Brasil como está hoje. Os investidores tendem a fugir de um país em que um homem sem mandato, investigado pela polícia, aluga um quarto de hotel para distribuir cargos. Ao contrário do que diz o advogado-geral da União, a cada vez que os agentes econômicos veem fortalecida a hipótese do impeachment de Dilma, a reação é positiva.

Com a irresponsabilidade costumeira, o doutor volta a chamar, contra os fatos, o impedimento de golpe, negando os crimes fiscais óbvios cometidos pela presidente Dilma Rousseff. E, mais uma vez, pespega a pecha de “ilegítimo” ao provável futuro governo de Michel Temer.

Bem, meus caros, é chegada a hora de essas falas começarem a ter consequências legais, coisa de que tratarei em outro comentário.

As negativas de Cardozo, segundo o qual o crime de responsabilidade não aconteceu, já nem merecem mais contestação, tal o seu ridículo. Não só aconteceu como os entes públicos que estavam sofrendo as consequências das pedaladas advertiram o governo para a ilegalidade. E nada se fez.

No Ministério da Justiça, Cardozo dava mostras frequentes de falta de bom senso. Na AGU, perdeu também o pudor.

Que vá fazer terror em outra freguesia.

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