Pingo Final: Mesmo que a manobra pró-Cunha de Maranhão dê certo, ainda existem juízes em Brasília

  • Por Reinaldo Azevedo/Jovem Pan
  • 01/06/2016 10h48
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Brasília - Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, fala da decisão do ministro STF, Marco Aurélio Mello, de obrigar a instalar comissão para impeachment de Michel Temer (Valter Campanato/Agência Brasil) Valter Campanato/Agência Brasil Eduardo Cunha classificou como "absurdo" o ordenamento de Marco Aurélio Mello

Waldyr Maranhão (PP-MA), o exótico presidente da Câmara em exercício, encaminhou uma série de perguntas à CCJ que, respondidas a contento — dele e de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) — podem até salvar, dizem especialistas, o mandato do presidente afastado da Câmara. Seria uma forma marota de mudar as regras com o jogo em andamento.

Bem, já deu para perceber que a rede de influências que construiu na Câmara dá a Cunha sete vidas, não é? O que antevejo? O óbvio.

Cunha pintou e bordou na Presidência da Câmara enquanto o Supremo Tribunal Federal permitiu. Na hora em que não deu mais, foi afastado, com o apoio unânime dos membros da Corte.

Se sou Teori Zavascki, relator do petrolão, faria rigorosamente o que ele está fazendo: aguardaria que o próprio Poder Legislativo se encarregasse de dar a Cunha a resposta que ele merece. Ainda que se ignore o conjunto de sua obra para levar em conta apenas a mentira contada numa CPI, contada ela está. E isso é motivo para cassação.

Se, no entanto, o Poder Legislativo não respeitar as próprias prerrogativas, nada impede que Teori Zavascki, seguindo os ritos, lembre a Cunha que ainda existem juízes em Brasília.

Se pode até escapar de uma cassação na Câmara, Cunha certamente não escapará de uma condenação no STF. E aí perderá o mandato. É o que ele merece.

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