Pingo Final: Na democracia de Haddad, 20 pessoas decidem o destino de milhões
Se Fernando Haddad, prefeito de São Paulo, fosse uma tendência, seria o colapso da administração pública, do estado, da possibilidade de um ente representar, de maneira neutra, o conjunto dos interesses da sociedade.
Para quem não sabe: o prefeito decidiu fechar algumas ruas aos carros e ônibus aos domingos para que os pedestres possam delas usufruir. Parece uma boa ideia? Parece se você estiver entre aqueles que pretendem ir lá bater perna. E sempre será uma minoria. Os usuários de ônibus certamente teriam outra opinião, mas estes não aparecem para debater porque moram longe…
Neste domingo, o prefeito anunciou a privatização de cinco ruas ou avenidas que serão fechadas: além da Paulista, estão na lista as avenidas Sumaré (Zona Oeste), Carlos Caldeira Filho (Campo Limpo) e Mar Paulista (Zona Sul), além da rua Benedito Galvão, na Zona Leste.
Segundo reportagem do Estadão, a Prefeitura informa que essas vias foram definidas em cinco audiências públicas às quais compareceram, atenção!, 320 pessoas. Vocês entenderam direito: é provável que menos de uma centena de indivíduos tenham decidido como será a rotina de milhões. Por que menos de uma centena? Porque as que comparecem a eventos dessa natureza são militantes da causa e vão a todos os encontros.
Atenção! Nesse grupo de 320, estão as 150 que foram no sábado ao vão livre do Masp, depois de uma ampla convocação. Eis a democracia segundo a entende Fernando Haddad: é um mecanismo de decisão que interessa àqueles que militam por uma causa. Se o cidadão não pertence a nenhum grupo organizado, é tratado pela Prefeitura como lixo.
No debate específico sobre o fechamento da Avenida Sumaré — uma via que é corredor de ônibus —, compareceram — atenção, leitores!!! — 20 pessoas.
Poucos políticos encarnam tão bem o moderno petismo como Haddad: minoritário, radical, autoritário, deslumbrado, excludente, antipobre, voltado para a cultura da reclamação de setores que acreditam que podem impor à força ao conjunto da sociedade as suas prefigurações e utopias mixurucas.
Essa é a cara que tomou a nova esquerda, perdida em seus “ismos”: pobrismo, ciclismo, ecologismo, feminismo (na variante “feminazi”), gayzismo, trangenerismo… E vocês podem ir escolhendo minorias à vontade. O que elas têm em comum? Mandam a universalidade para o inferno e enxergam o mundo só a partir do seu próprio umbigo. Não passam de bandos de mimados organizados, que se impõem pelo chororô truculento. Se quiserem, pode acrescentar aí aqueles que juntam a seu “ismo” algumas pitadas de arranca-rabo de classes, como emessetismo e emetessetismo, as patologias políticas conduzidas, respectivamente, por João Pedro Stedile e Guilherme Boulos.
Amigo, você que eventualmente mora em São Paulo sabe em que Haddad transformou a cidade: num lixão, cheio de buracos, em que há sempre meia dúzia de esquerdistas erguendo cartazes vermelhos reivindicando alguma sandice. Você que me lê e que mora em outro município trate de ficar atento: vejam qual é a pauta de Haddad, como ele atua e quais são as prioridades. Se algo parecido surgir em sua cidade, fuja como os bons cristãos fogem do diabo.
Por Reinaldo Azevedo
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