Pingo Final: Não há lugar pra truculentos entre os pró-impeachment
Lamentáveis as cenas de selvageria protagonizadas por alguns indivíduos que estavam na Avenida Paulista nesta quinta, supostamente em defesa do impeachment da presidente Dilma. Hostilizaram o secretário de Segurança Pública, Alexandre Moraes, que faz um trabalho competente em São Paulo. Garantiu, por exemplo, junto com o Comando da PM, um policiamento exemplar no domingo.
Moraes foi ao local fazer a coisa certa: tentar negociar a saída dos manifestantes, que não podem mesmo ficar ocupando a via indefinidamente. ATENÇÃO! EU SOU CONTRA A QUE PETISTAS E NÃO PETISTAS FAÇAM ISSO. A Paulista não é o gramado do Congresso.
Ninguém tem o direito de privatizar o espaço público, nem em nome de uma causa justa.
Mais: o secretário lembrou que, nesta sexta, há a manifestação do PT, marcada previamente. Não importa o juízo de valor que se faça ou a justeza da causa. O que não pode é haver confronto.
Alguns tontos chamaram o secretário de “fascista”, vaiando-o. Outro tentou chutar o carro que o transportava, numa cena que fica muito bem em black blocs. Que eu saiba, entre os defensores do impeachment, não há lugar para “white blocs”. Ou há?
Não é coisa do MBL.
Não é coisa do Vem Pra Rua.
Também um líder do Revoltados Online teve de deixar o local escoltado pela Polícia porque defendeu o fim da ocupação em razão do evento desta sexta.
Igualmente lamentável: duas pessoas identificadas como defensores do governo foram agredidas. É claro que é estúpido que tenham ido lá fazer provocação. E recomendo que o lado contrário não faça o mesmo nesta sexta. Mas a luta que interessa ao Brasil não se dá na base da porrada.
Quando petistas, emessetistas, emeteessetistas fazem coisas assim, eu os chamo de bandidos. E não será diferente desta vez: isso é coisa de bandido! Ousaria dizer que esses caras estão no lugar errado. Os brucutus ficam do outro lado da linha.
Mais prudência
Louvo a adesão da Fiesp e de seu presidente, Paulo Skaf, à tese do impeachment. Mas, ao criar um espaço para manifestação, é preciso zelar pela salubridade da pregação. Nunca é o caso de se dar palco para porras-loucas. Menos ainda em dias como esses.
Infelizmente, há pregadores irresponsáveis, que, na ânsia de um protagonismo desarticulado, desinformado e sem substância, incentivam esse tipo de comportamento. Um dos grandes ativos das quatro grandes manifestações havidas em favor do impeachment é seu caráter pacífico. É possível ser firme sem ser truculento. Aliás, a truculência é uma das evidências de fraqueza de caráter. Não são os trogloditas que levam milhões para as ruas.
Se você quer mesmo o impeachment de Dilma; se você quer mesmo tirar do estado brasileiro a quadrilha que dele se apoderou; se você quer ver os bandidos na cadeia, fique longe da provocação. O confronto de rua interessa a quem quer o impeachment?
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