Pingo Final: Outro grande derrotado da eleição é o “Fora Temer”

  • Por Reinaldo Azevedo/Jovem Pan
  • 04/10/2016 07h45
BRA55. SAO PAULO (BRASIL), 22/09/2016.- Integrantes de las principales centrales sindicales de Brasil se movilizan hoy, 22 de septiembre de 2016, en la ciudad de Sao Paulo (Brasil), para protestar contra las reformas propuestas por el Gobierno del presidente Michel Temer, al que acusan de atentar contra los derechos y conquistas de la clase trabajadora. EFE/Sebastião Moreira EFE/Sebastião Moreira Protesto "Fora Temer" EFE

Já está claro que o PT e Lula são os grandes derrotados das eleições de 2016. Não menos claro é o fato de que o PSDB e Geraldo Alckmin, por intermédio do notável desempenho de João Dória, são os grandes vencedores. Mas, repetindo o que afirmei nesta segunda no programa “Os Pingos nos Is”, há uma derrota importante a ser registrada: o “Fora Temer”. Então as urnas disseram “Dentro Temer”? Não! Isso apenas não é uma questão. Ponto final. Ele é o presidente segundo as regras da Constituição. Ninguém pensou nisso ao votar.

O PT abraçou essa agenda e quebrou a cara. Notem: é claro que o partido foi punido pela roubalheira nestes anos de poder. Mas o que realmente pesou na razia de que a legenda foi vítima tem nome: chama-se crise econômica. A população não é boba e sabe qual é o partido responsável pelas suas dificuldades.

Os mais de 12 milhões de desempregados não surgiram do nada. É claro que alguns companheiros sempre podem dizer que, quando chegaram ao poder, o desemprego também era alto. É verdade. Mas responder à demanda por postos de trabalho com políticas públicas adequadas é uma das tarefas do governante. Jogar milhões no desemprego, mergulhar a economia na maior recessão de história, elevar os juros nos cornos da Lua e temperar isso tudo com inflação alta, bem, não é isso, definitivamente, o que se espera de um governo, não é mesmo?

Mais: tanto pior quando os brasileiros são obrigados a enfrentar todas essas dificuldades em razão de uma política deliberada, de uma escolha, de uma decisão. Não! Não estou dizendo que Dilma e os petistas quiseram fabricar o desemprego e tomaram a decisão de mandar a economia para o buraco. Esse tipo de raciocínio asnal é a esquerda que costuma fazer sobre seus adversários conservadores.

Acuso o PT, aí sim, é de não ter ouvido minimamente a voz do bom senso — e noto que, nesse caso, nem me refiro às críticas que tinham origem na oposição e na imprensa. Os companheiros poderiam ter ouvido aliados como Delfim Netto, por exemplo. Mas não. Ocorre que as escolhas econômicas estavam atreladas às questões eleitorais. Afinal, era preciso não perder o poder.

Então volto ao ponto. “Fora Temer?” Ora, “Fora Temer” por quê? E dentro quem? O partido que puniu os pobres com a sua política econômica e que, no arremate dos males, resolveu se comportar como organização criminosa?

A população deu seu recado: quase baniu as esquerdas do país. Por intermédio do voto.

E isso faz um baita sentido. Afinal, esquerda existe é para fazer revolução, não reforma. Se é para reformar, deixem  que os conservadores sabem como fazer.

Esquerdista bom, na democracia, é esquerdista derrotado.

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