Pingo Final: pesquisa: Lula seria eleito hoje presidente. Viva a direita xucra
Se a eleição fosse hoje, segundo pesquisa CNT, Luiz Inácio Lula da Silva venceria a disputa. E com folga. Os inocentes acham que o PT é carta fora do baralho. O partido não vai bem das pernas. Lula sempre foi outra coisa, e não percebê-lo constitui erro fatal, que se está cometendo de novo. Em 2002, ano em que o PSDB foi apeado do poder, foi assim. “Ah, mas Lula não será candidato porque condenado em segunda instância…” Pode ser! E que se cumpra a lei. Mas só um idiota ficaria feliz com o fato de um grupo de togados fazer pelo Brasil o que o povo não faria por si mesmo. Já chego aos números. Antes, eu vou falar dos meus vários, múltiplos e infindáveis acertos. Sim, eu estava certo. E aqueles que me atacaram nesse período, estavam errados.
É possível combater a corrupção e o crime sem desrespeitar a lei. E a Lava Jato desrespeita. Da forma como se dão as prisões preventivas, passando pelas entrevistas coletivas de procuradores a denunciar complôs inexistentes, chegando à indústria de vazamentos, tem-se o óbvio: o escárnio do estado de direito. E nada disso era e é necessário.
Essa herança de desrespeito pelo devido processo legal será aproveitada por governos vindouros — quem sabe pelo próprio Lula, não é? Como é mesmo? “Se todos são a mesma merda, por que não Lula?” Ou ainda: “Se todos são iguais, então Lula é melhor”. Até porque ele já foi testado e “funciona” — em inglês, a versão é precisa: Lula “works”. O verbo tem um sentido mais amplo e mais concreto do que o nosso “funcionar”. Sim, na vigência de seu mandarinato, a vida dos pobres melhorou. À custa de empenhar o futuro. Até aí, tadinho, quem advertia para isso era Reinaldo Azevedo… Que vivia debaixo de porrada.
Antes dos números, vou ainda mais fundo.
A Lava Jato, a continuar tudo como está, será o caminho mais longo, mais traumático, mais caro, mais recessivo, mais amalucado entre a esquerda e a esquerda. Mais ainda: terá gerado o maior surto de impunidade da história do país. Aliás, quero ser mais preciso, e com uma tese mais geral: na grande disputa que há hoje no Brasil, existem, de fato, três partidos:
— PT e associados de esquerda;
— PMDB-PSDB e associados do “Centrão”;
— Lava Jato e Imprensa.
O PT é o de sempre. Tem lá as suas crenças e se preparou para viver um tempo de martírio, sem nunca se desligar de seu demiurgo. É ele que confere legitimidade à mística de que os pobres estão aí para dividir. O núcleo PMDB-PSDB tem lá algumas convicções um pouco mais alinhadas com o mercado, vêm de uma cultura política — e só a política! — um pouco mais identificada com o liberalismo, mas tem sido incapaz de incendiar as imaginações com uma gesta, com uma luta.
E há o terceiro partido — este, sim, muito complicado porque, a rigor, é o mais autoritário dos três. Está convicto de que certas regras do estado de direito só servem à impunidade. Esse partido está convencendo a sociedade de que:
— toda a classe política é larápia e corrupta;
— mesmo o funcionamento normal da gestão obedece a interesses menores;
— só existe uma fonte de verdade no país: a Lava Jato;
— as leis que temos só servem para proteger bandidos; — se for para o bem do país, que mal há em desrespeitar as leis e a Constituição?
Ah, sim: esse cenário é um alento e tanto para o PT e para Lula. Mas essa conquista tem mesmo é de ser atribuída ao PAMPI: o Partido do Ministério Público e da Imprensa.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.