Pingo Final: PMDB dá chega pra lá em PT

  • Por Jovem Pan
  • 26/02/2015 10h23
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Leonardo Picciani (esq.) ao lado do presidente da Câmara Eduardo Cunha pouco antes de ser eleito novo líder do PMDB

Pedro Ladeira/Folhapress Leonardo Picciani ao lado do presidente da Câmara Eduardo Cunha pouco antes de ser eleito novo líder do PMDB

Meu pingo final vai para o PMDB. Vai ao ar, nesta quinta, o horário político do partido. O lema que resume o espírito do programa é “O Brasil é a nossa escolha”. E embora seis ministros da legenda, Eduardo Braga (Minas e Energia), Katia Abreu (Agricultura), Edinho Araújo (Portos), Helder Barbalho (Pesca), Eliseu Padilha (Aviação Civil) e Vinicius Lages (Turismo), embora toda essa gente faça alusão a programas em curso, a presidente Dilma Rousseff e o PT são ignorados. Ou nem tanto.

Como informa a Folha, logo na abertura, o narrador diz que não serão as estrelas que guiarão o partido, no caso o PMDB, e o país; mas as escolhas é que apontarão um caminho. Ninguém precisa ser muito bidu para lembrar que a estrela é o símbolo do PT. Vale dizer: não será o PT a apontar o caminho.

Que o PMDB esteja descontente com o governo isso é evidente. Na terça-feira, Michel Temer ligou para Dilma e avisou que estava difícil conter a rebelião. Certo, diriam alguns, mas nada que não se resolva com cargos. Pode ser. Parece no entanto haver uma certa disposição para o descolamento. Há uma possibilidade de que o PMDB comece a se organizar para disputar a presidência em 2018 não mais como vice de alguém.

Aonde quer que vá, quando indagado a respeito, Eduardo Cunha, presidente da Câmara, responde: “Time que não disputa, não tem torcida”. No programa, aliás, Cunha fará a defesa da reforma política. A que está em tramitação na Câmara é repudiada pelos petistas, mas terá o endosso de Temer. O vice-presidente dirá ainda que as investigações da Petrobras não podem paralisar o país e reforçará o compromisso do partido com a liberdade de expressão.

Como é sabido, os petistas pressionam Dilma a fazer a tal regulação da mídia, já repudiada por Cunha, ainda que seja a tal regulação econômica de que fala a presidente, cujo sentido ninguém conhece. O PMDB parece assim se descolar do PT e dos aspectos mais deletérios do governo. Nos bastidores, a companheirada já reclamou. Ocorre que hoje em dia os aliados não dão mais bola quando petistas protestam.

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