Pingo Final: Polícia de Renan trata manifestantes com brutalidade a abusa do gás de pimenta

  • Por Reinaldo Azevedo/Jovem Pan
  • 17/11/2015 13h08
Polícia legislativa tenta impedir que manifestantes ultrapassem área proibida Ed Ferreira / Brazil Photo Press/Folhapress Manifestantes pró-impeachment em frente ao Congresso em Brasília

Pois é… Boa parte da imprensa não vai dar a menor pelota, não vai nem querer saber, não verá nada de errado no que se passou. Ao contrário até! Haverá aplausos! Afinal de contas, autoritário é tudo aquilo que se faz contra as esquerdas e os companheiros, e democráticas, todas as ações contra os ditos “conservadores”.

Nesta segunda, a Polícia do Legislativo, sob o comando de Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, mandou ver na truculência. Renan, que está sendo notavelmente poupado pelo Ministério Público e por Rodrigo Janot, sabe como ser grato ao Palácio do Planalto: seus homens enfiaram o dedo no gás de pimenta.

Acusados de tentar “invadir o Congresso”, manifestantes foram hostilizados, apanharam, levaram pescoções e, bem…, doses cavalares do tal gás. A gente sabe que, por ali, ninguém tem mesmo muito respeito com o dinheiro público, certo, Renan? Desperdiça-se tudo: até os instrumentos de repressão.

Renan deve ter mandado reforçar o estoque do produto, não é isso? Vejam o filme abaixo. Enquanto um manifestante do Movimento Brasil Livre é arrastado — foi liberado pouco depois —, seus tontons-maCUTs (faço uma referência aos brutamontes que serviam a Papa Doc e Baby Doc no Haiti e aos novos companheiros petistas do presidente do Senado) mandavam ver no jato, assim, por nada, gratuitamente, como a dizer: “Fazemos isso porque queremos e porque sabemos que nada vai acontecer”.

A agressão gratuita está aí caracterizada. Já assistimos a cenas de brutalidade explícita de grupos de esquerda nesse mesmo gramado, sem a intervenção da Polícia do Legislativo. É claro que se trata de uma indecência.

E, em particular, reitero, irrita-me a indignação seletiva da imprensa. Arraste pelo pescoço um fascitoide do MST ou do MTST para ver o que acontece! Use contra a turma gás de pimenta, e os “companheiros” do colunismo logo saem gritando, desarvorados. Como, afinal, se trata apenas de manifestantes pacíficos, que pedem o impeachment de Dilma, então o negócio é largar o braço.

Que vergonha, não é? Renan é, sim, presidente do Senado, e eu respeito a instituição. Mas digo com todas as letras: qualquer um daqueles rapazes e moças tem mais legitimidade moral para transitar no Congresso — e, vá lá, para ocupá-lo — do que o próprio Renan.

O gás de pimenta da Polícia do Legislativo deveria ser usado para espantar os ratos que habitam o Poder Legislativo.

Indignação seletiva?

O Movimento Brasil Livre lançou uma campanha contra a canalhice moral das esquerdas e de setores consideráveis da imprensa. Uma ilustração que já circula nas redes sociais informa: “NÃO TEMOS INDIGNAÇÃO SELETIVA”. E se carimba sobre as fotos dos respectivos as palavras de ordem “Fora Cunha”, “Fora Dilma” e “Fora Renan”.

É isso aí! Nas moscas!

Eis a liberdade que o MBL e outros grupos que lutam em favor do impeachment podem ter e que as esquerdas jamais terão porque dependem, inclusive financeiramente, do governo federal.

Nós assistimos a esses setores, sob os mais variados disfarces (feministas, gays, racialistas, MST, MTST) a gritar: “Fora Cunha!”. Mas jamais se ouvirá de sua boca um “Fora Dilma” — e, por óbvio, pararam de gritar “Fora Renan”, que o homem, agora, se tornou um companheiro.

Os que hoje acampam nos gramados do Congresso podem gritar “fora” para todos aqueles que violam as leis porque não têm de se ajoelhar para tocar flauta para ninguém.

E Renan, ora vejam, manda descer o sarrafo na moçada!

É a cara da velha truculência da oligarquia a serviço da nova oligarquia truculenta.

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