Pingo Final: Russomanno, infelizmente, é inocentado e ainda sai fortalecido
E Celso Russomanno será mesmo candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRB. Infelizmente! Por três votos a dois, ele foi inocentado da acusação de peculato pela Segunda Turma do Supremo. Optaram pela condenação a relatora do caso, Cármen Lúcia, e Teori Zavascki. Votam pela absolvição os ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Celso de Mello.
Lembrando: Russomanno havia sido condenado em primeira instância a uma pena de dois anos e dois meses de prisão por peculato. Motivo: entre 1997 e 2001, Sandra de Jesus recebeu salário como assessora do deputado na Câmara, mas trabalhava numa produtora que pertence ao parlamentar: a Night and Day.
Quando houve a condenação, ele estava sem mandato, razão por que o caso foi julgado pela primeira instância. Russomanno recorreu. Ao se eleger deputado mais uma vez, o processo subiu para a corte máxima em razão do foro especial por prerrogativa de função.
Pois é… Dizem por aí que sempre “voto” com Mendes. Não é verdade. Eis mais um caso: estivesse na Corte, teria condenado Russomanno, sim. Segundo o que li a respeito, estamos diante de um caso clássico: parece-me que a funcionária servia à empresa privada do deputado, mas com salário pago pelo contribuinte.
Pesou, sim, na decisão dos três ministros parecer da Mesa Diretora da Câmara, segundo o qual o deputado não havia causado qualquer prejuízo ao erário.
Bem, a minha leitura do caso, segundo os dados disponíveis, é que o dinheiro público foi usado para benefícios privados. Falha relativamente pequena nos dias de hoje? Não interessa! Tratou-se de ação deliberada, a meu ver, para driblar as restrições legais. Era tal a presença de Sandra na produtora que ela assinava até carteira de trabalho.
Líder
Russomanno lidera todas as pesquisas de intenção de voto. Em segundo lugar, está Marta Suplicy (PMDB), seguida por Luíza Erundina (PSOL).
É claro que é muito cedo para um prognóstico, e outros fatores contam. O tempo de TV do líder é pequeno; o PT tem uma máquina ainda razoável na cidade; o PSDB lidera uma grande coligação… Mas também há que considerar que o encurtamento do prazo de campanha — apenas 45 dias — tende a beneficiar quem está na frente.
Mais: em política, o problema que não destrói o indivíduo tende a fortalecê-lo — desde que não dure indefinidamente. É claro que Russomanno usará o “atestado” da Câmara e do STF como elemento de propaganda. Ganhou um presentão, e sua candidatura recebe um reforço e tanto.
Em 2012, a campanha eleitoral do PT o desconstruiu de maneira impiedosa. Desta feita, Russomanno tem a seu favor também os desastres perpetrados por Fernando Haddad.
O que eu acho? Pior para São Paulo!
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