Pingo Final: Wagner pede cabeça de vice se impeachment não for barrado

  • Por Reinaldo Azevedo/Jovem Pan
  • 12/04/2016 11h49
O vice-presidente da República, Michel Temer, e o ministro da Defesa, Jaques Wagner, participam de cerimônia comemorativa ao Dia do Soldado, no Quartel-General do Exército (Elza Fiuza/Agência Brasil) Elza Fiuza/Agência Brasil - 25/08/2015 O vice-presidente da República

A arrogância dos petistas é dessas coisas sem par e sem precedentes na história. Jaques Wagner, aquele senhor que, quando deputado, pediu o impeachment de Itamar Franco, já anunciou qual será a nova frente de batalha do governo caso consiga barrar o impeachment na Câmara: a renúncia de Michel Temer!

Sim, acreditem, é isso mesmo que vocês leram. Wagner acha que Temer, nessa hipótese, não pode continuar porque o vazamento do áudio em que o vice saúda a aprovação do impeachment o coloca “no papel de patrocinador e maior beneficiário desse golpe dissimulado”.

Em primeiro lugar, “golpe dissimulado” uma ova! Em segundo, gostaria de saber como o senhor Wagner imagina que poderia obrigar o outro a renunciar — isso, insista-se, na hipótese de o impeachment não ser aprovado.

Então ficamos assim: Dilma cometeu crime de responsabilidade. Está demonstrado. Diz que não renuncia de jeito nenhum. Também não aceita o impeachment. No momento, ela e seus valentes cometem crimes de improbidade às pencas para tentar impedir a aprovação da denúncia — crimes que também podem motivar impeachment, diga-se.

Ainda assim, antes mesmo que aconteça a votação na Câmara, o senhor Wagner está pedindo a cabeça de alguém que também foi eleito, contra quem não existe denúncia nenhuma.

Com aquela fineza de pensamento que tão bem o caracteriza, disse Wagner em entrevista coletiva:
“Depois de assumir a conspiração, o mínimo de coerência com o que ele fez é, uma vez derrotada a conspiração, ele renuncie, porque vai ficar um clima insustentável, insuportável”.

Qual conspiração? Ela só existe na mente perturbada deste que, agora, nem ministro é. De resto, alguém precisa avisar ao doutor que o cargo de vice não pertence à presidente da República. Ela pode demitir e nomear quem quiser para o seu ministério, mas o vice-presidente foi eleito pelo povo.

O clima ficaria “insuportável”, Wagner? É mesmo? E o que a presidente pensa fazer? Mandar cercar o Palácio do Jaburu? Mandar prender o vice-presidente? Pedir autorização ao Congresso para decretar estado de sítio e, assim, encarcerar conspiradores?

Imaginem vocês… Se o governo sobrevivesse, a primeira tarefa de Dilma seria tentar reconstruir uma maioria no Congresso para ver se conseguiria conduzir o barco até 2018 — o que, em qualquer caso, podem apostar, não vai acontecer.

Em vez de estar contando com essa possibilidade, os companheiros já ficam imaginando vinganças e expurgos.

Para lembrar frase conhecida: eles não aprendem nada nem esquecem nada.

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