Pobre Brasil! Tão perto do rebaixamento, tão longe da matemática
O Brasil está a um passo, bem pequeno, de ter rebaixada a sua nota pelas duas outras grandes agências de classificação de risco nas quais ainda está na condição de grau de investimento, mas na linha de corte: Moody’s e Fitch.
No governo, já há quem dê isso como certo. Aí as coisas podem se complicar bastante. A outra gigante da área, a Standard & Poor’s, já mandou o país para o primeiro nível do grau especulativo. Talvez já não haja mais nada a fazer. Imaginem, então, se for dado um empurrãozinho.
E há quem queira dar esse empurrão. Alas do PT e do governo Dilma querem reduzir a zero a meta de superávit do ano que vem. Huuummm… Facilitaria para a presidente, né? Ela poderia dobrá-la sem correr o risco de causar alterações, hehe…
O busílis é o seguinte: o ministro Joaquim Levy, da Fazenda, já avisou. Se fizerem isso, ele está fora do governo. Levy defende para 2016 um superávit de pelo menos 0,7% do PIB. Vamos ver com que dinheiro. A arrecadação do ano que vem tende a repetir a baixa performance deste ano em razão da recessão.
Informa a VEJA.com:
“O líder do governo na CMO, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), garantiu que apresentará uma emenda para ser votada a fim de contemplar a chamada “meta zero”. O petista disse que se essa alteração for aceita — na parte da União referente ao superávit (0,55% do PIB) — permitirá a liberação de 34 bilhões de reais em recursos. Desse total, 24 bilhões de reais serviriam para bancar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e outros 10 bilhões de reais para impedir um eventual corte nesse valor do Bolsa Família. Essa é a intenção do relator-geral do Orçamento de 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR), para fechar as contas.”
No fim das contas, se Levy estiver mesmo disposto a cumprir a ameaça, talvez esteja até torcendo para que a bobagem seja feita: aí ele poderá pular fora da roubada em que se meteu.
Parte do petismo e do próprio governo Dilma ainda trabalha com a suposição estúpida de que superávit é coisa que se faz só para ninar banqueiros e de que a economia para pagar juros da dívida é capricho de neoliberais.
Imaginem que porre não deve ser ter de enfrentar essa gente todo dia. E tendo, adicionalmente, de enfrentar as suspeitas de que serve a interesses menores.
Esquerdas
No dia 16 de dezembro, uma quarta-feira gorda, as esquerdas prometem tomar o país com uma manifestação em favor de Dilma, contra Eduardo Cunha e, ora vejam, em oposição à política econômica — que é atribuída a Levy, não a Dilma.
Por que ter de passar por isso, não é? Levy deveria puxar o carro. Há muito Lula quer nomear Henrique Meirelles. Quem sabe as esquerdas fiquem contentes…
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