Poço de corrupção é responsável pela maior parte de divisas na Venezuela

  • Por Caio Blinder/ JP Nova Iorque
  • 13/11/2015 14h22
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Wikimedia Commons Cilia Flores com Hugo Chávez em 2009

E os venezuelanos continuam chegando nos Estados Unidos. Em geral, são refugiados econômicos e políticos, gente que foge do chavismo. Mas alguns que chegam são trazidos pelas autoridades americanas, como o caso esta semana de dois sobrinhos de Nicolás Maduro, um deles afilhado do presidente, presos no Haiti e indiciados por tráfico de cocaína em um tribunal federal de Nova York.

O cerco se aperta cada vez mais em torno de um regime que levou a Venezuela para o precipício político, econômico e moral. A reação do chavismo é previsível. Ele diz que se trata de uma campanha de desestabilização do regime pelo imperialismo ianque, aliado a golpistas domésticos.

Os dois acusados são sobrinhos de Cilia Flores, mulher de Maduro, a primeira-dama, conhecida no jargão chavista de foguetório revolucionário como a primeira combatente. Como todos sabem, Maduro não herdou o carisma e a astúcia política de Hugo Chávez. Cilia Flores, de 62 anos, é vista como o verdadeiro poder atrás do presidente. Possui uma tribo pessoal de adeptos dentro do sistema de poder.

Cilia Flores já foi presidente da Assembleia Nacional, a mesma que de acordo com as pesquisas independentes deve ser conquistada pela oposição nas eleições de 6 de dezembro. Foi também procuradora geral da república e integrou a equipe de advogados de Hugo Chávez, quando ele era comandante dos pára-quedistas e foi preso na sua fracassada tentativa de golpe em 1992. Agora, ela ocupa o primeiro lugar na lista de candidatos a deputados pelo partido governista em 6 de dezembro.

As suspeitas de criminalidade e nepotismo envolvem Cilia Flores há muito tempo e são frequentes. Em maio passado, uma juíza, comadre da primeira-dama foi detida quando estava para sair do pais na companhia de um suspeito de tráfico de drogas.Quando se esclareceu que ela íntima da primeira comandante, a juíza foi prontamente libertada.

Em 2007, quando presidia o Parlamento, o próprio sindicato de funcionários da instituição lançou a denúncia com documentos mostrando que ela havia outorgado cargos de maior ou menor relevância a mais de 50 familiares na estrutura burocrática do Poder Legislativo.

Agora são estes dois sobrinhos acusados de tráfico de cocaína. Um outro sobrinho é tesoureiro nacional e executivo da estatal de petróleo, um poço de corrupção é responsável pela maior parte de divisas no país.

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