Poder da CBF está reduzido após a MP da dita responsabilidade no esporte

  • Por Jovem Pan
  • 09/07/2015 08h31
Agência Brasil CPI na Câmara dos Deputados investigará contratos realizados pela CBF

Será que realmente a MP dita da responsabilidade no esporte vai melhorar a gestão no futebol e evitar os rombos de caixa nos clubes?

A MP que o governo Dilma mandou para o Congresso, chamando de responsabilidade esportiva, é um absurdo, porque usa dinheiro meu e seu para perdoar dívidas fiscais de credores antigos, renitentes e pouco honestos, que são os dirigentes de clubes e federações.

A pretensão de praticamente perdoar a dívida renegociando seu perfil, como foi previsto primeiro para quinze anos e como foi aprovado na terça-feira na Câmara para 20 anos, é absurda, porque trata de forma desigual os contribuintes que pagam suas contas normalmente e que não têm esse mesmo tipo de privilégio.

Argumenta-se que há contrapartidas. É verdade. Eu não posso falar de estatização no futebol exatamente porque já contrapartidas. Uma delas foi mantida do texto original na votação da Câmara.

É a contrapartida da fixação do mandato dos dirigentes de clubes, federações e confederações em quatro anos com uma só reeleição. Também há a possibilidade de rebaixamento de times que não pagarem suas dívidas.

Outras foram mantidas, mas foram atenuadas, como aquela que obrigava a zerar o déficit até 2021, e que virou agora um déficit máximo de 5%; De qualquer maneira, percebe-se uma coisa: Primeiro, quem, como eu, esperava que a prisão de Marín, ex-presidente da CBF, e a fuga apressada do atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, para não ser pego pelo FBI e pela Justiça americana na Suíça, que veio e pegou o primeiro avião para o Brasil, que isso ia diminuir o poder da CBF e da estrutura do futebol no Congresso.

Pelo visto não diminuiu, porque o relator da MP foi obrigado a negociar e atenuar. De qualquer maneira, é uma boa notícia saber que esse poder não é mais absoluto. Não tem muito a ver com as denúncias de corrupção, que não tiveram o efeito que se esperava, pelo menos até agora.

Blatter diz que ia renunciar e não renuncia mais, a CBF continua tomando medidas autoritárias, etc. De qualquer maneira, já se percebe que esse poder não é total, e que esse poder é bastante reduzido agora que essa medida foi aprovada.

Dia 17, ela passará pelo Senado, e neste dia se espera que Marco Polo Del Nero esteja na Suíça, na Fifa, representando o brasil no sorteio para as eliminatórias da Copa do Mundo.

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