Por ora, Temer está disposto a manter Padilha e Moreira, citados em delação

  • Por Jovem Pan
  • 15/12/2016 09h32
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Marcelo Camargo/Agência Brasil Moreira Franco

Assessores do Planalto garantem que o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimentos, Moreira Franco, citados 45 e 34 vezes respectivamente em delação de executivo da Odebrecht, não estão prestes a cair. As informações são da colunista Jovem Pan Vera Magalhães.

Moreira Franco chegou a soltar uma nota na noite desta quinta (15) negando que esteja demissionário e Eliseu Padilha também desmentiu a informação nos bastidores.

As fontes ligadas ao Palácio reconhecem, no entanto, que Moreira e Padilha não estão fortes no cargo nem garantidos para a sequência do governo. A permanência deles dependerá do que mais surgir contra os homens forte de Temer nas próximas delações da Odebrecht.

Apesar das acusações que surgiram até aqui, por ora, Michel Temer está disposta a mantê-los.

Mas, “a cada dia uma surpresa, a cada dia sua agonia”, diz Vera Magalhães:

Acusações

O ex-executivo da Odebrecht Claudio Melo Filho afirma em seu anexo de delação premiada com a força-tarefa da Operação Lava Jato que tratou com Moreira Franco, atual secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), de negócios da empreiteira na área de aeroportos.

Elo entre a empresa e políticos em Brasília, o delator relata pedidos da empreiteira e pressão por parte do peemedebista, que é homem de confiança do presidente, Michel Temer, que foi ministro da Secretaria de Aviação Civil (SAC) no governo Dilma Rousseff.

“Em algumas oportunidades me reuni com Moreira Franco para tratar sobre temas afetos à aviação civil”, afirmou Claudio Melo “Moreira Franco é um político habilidoso e se movimenta muito bem nas ações com seus pares. Acredito que há uma interação orquestrada entre ele e Eliseu Padilha (ministro da Casa Civil) para captação de recursos para o seu grupo do PMDB.”

Segundo o delator, Moreira Franco era identificado nas planilhas da propina com o codinome “Angorá”. O ministro teria solicitado a ele “um apoio de contribuição financeira, mas transferiu a responsabilidade pelo recebimento do apoio financeiro para Eliseu Padilha”.

Padilha

Já Eliseu Padilha sofre com ao menos outras duas frentes de desgaste além da delação da Odebrecht.

No fim de semana passado, o ministro da Casa Civil foi mencionado muitas vezes na delação do executivo da Odebrecht Cláudio Melo Filho. Ele teria recebido parte dos R$ 10 milhões solicitados por Michel Temer, em dinheiro vivo.

Padilha já fora tragado pelo escândalo de Geddel Vieira Lima. Ele teria pressionado também o ex-ministro Marcelo Calero a atender a solicitação de Geddel pela liberação de apartamento em Salvador – BA.

O ministro também está sendo investigado pela Polícia Federal por problemas fundiários e trabalhistas em fazendas em seu nome.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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