Por que é que a Venina tem obrigação de provar e Dilma não?
Pergunta: O que é que houve de novo depois do emocionado depoimento de Venina Velosa da Fonseca, no Fantástico, e da resposta que a presidente da Petrobras, Graça Foster, tentou dar no Jornal Nacional da segunda-feira?
Resposta: O que se percebeu desde o primeiro dia que o jornal Valor Econômico publicou as denúncias da geóloga Venina da Fonseca, de que teria relatado, em e-mails, para diretores da Petrobras, inclusive Graça Foster, atividades irregulares na sua área, é que a Petrobras partiu para uma tentativa de retaliação muito bruta, muito violenta que, de certa forma, dava continuidade à perseguição que ela sofreu dentro da empresa.
Depois do pronunciamento emocionado e que, de certa forma, demonstrava muita veracidade, de Venina Velosa da Fonseca, no Fantástico, no domingo, a Petrobras mudou o tom.
Graça Foster, no Jornal Nacional de segunda-feira, foi bastante mais delicada em relação a ela, e ficou muito claro que ela não tinha motivos para tratar a Venina como tratou. Ela mesma disse que era uma boa funcionária e disse que ela foi afastada por não-conformidade. Agora, imagina que a Graça Foster, ia explicar porque não tomou atitudes depois dos e-mails dela, disse que Venina usou expressões dificílimas no português, como licitação ineficiente, com esquartejamento, e que tal “não-conformidade”, hein?!
Pois é, Agora, realmente, o troféu desfaçatez, ou, eu diria, até o troféu leviandade, para lembrar a palavra que foi usada por Aécio e foi muito explorada na eleição, foi de Dilma Rousseff, que, no café da manhã, disse que não se podia levar em conta o que Venina dizia porque ela não tinha provas, então, pra dizer qualquer coisa tem que ter prova. Ela só esqueceu que, durante o mesmo café da manhã com os jornalistas, nesta segunda-feira, ela própria disse que ela estava investigando a corrupção na Petrobras, que foi algo muito comum nos governos anteriores. Não citou ninguém, mas isso aí inclui Fernando Henrique Cardoso, José Sarney, Itamar Franco, Fernando Collor etc.
A questão é a seguinte: porque é que a Venina tem obrigação de provar e ela não? Aliás, ela não tinha obrigação nem de dar os nomes, como ela não deu. Ficou fazendo insinuações e mentiu quando disse que ela mandou investigar. A investigação está sendo feita pelo Ministério Público, pela Polícia Federal e com o aval do Procurador-Geral da República e do juiz federal do Paraná, Sérgio Moro. Dilma Rousseff, o governo não tem nada com isso. Era bom que ela cuidasse um pouco da coerência com as coisas que ela fala à nação.
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