PP abandona Padilha e se junta a Skaf
Reinaldo, como você havia antecipado na sexta, no programa Os Pingos nos Is, o PP de Paulo Maluf, no último dia, abandonou mesmo Alexandre Padilha, e migrou para Paulo Skaf. O que há por trás dessa história?
Pois é, de fato anunciei no Os Pingos nos Is, na sexta, que isso aconteceria. Agora é oficial. Um mês depois de anunciar o apoio a Alexandre Padilha, do PT, com direito a fotografia e tudo, o PP já se juntou ao peemedebista Paulo Skaf, levando-lhe mais um 1min15s ao menos de tempo no horário eleitoral gratuito. Em quatro dias, com a adesão também do PSD, Skaf ganhou 2min30s a mais e deve ser o primeiro colocado nesse quesito, seguido por Geraldo Alckmin e Padilha. A Justiça Eleitoral ainda vai determinar quanto cabe a cada um. Numa estimativa preliminar, o peemedebista está com 5min52s; o tucano, com 5min14s, e o petista, com 3min47s.
Que não se perca de vista: a migração do PP da candidatura de Padilha para a de Skaf se deu com as bênçãos de Lula. Padilha sempre foi uma escolha do ex-presidente, não de Dilma. O Planalto, atendendo a um pedido de Michel Temer, vice-presidente, não criou dificuldades para Skaf fazer suas alianças. Os próprios lulistas acabaram cristianizando Padilha, que agora só tem o PR, de Valdemar Costa Neto, e o PCdoB como aliados. Até agora, não partiu nenhuma ordem da cadeia, onde está Costa Neto, para romper a aliança com o PT. O partido vai indicar o vice na chapa. O próprio PCdoB chegou bem perto de abandonar o candidato petista.
A esta altura, já não resta a menor dúvida de que o Skaf se tornou “o nome” para tentar apear o PSDB do poder em São Paulo. PROS, PSD e PDT, todos partidos da base, se juntaram ao PMDB. O próprio Lula está convencido de ser esse o melhor caminho ― embora, na campanha, Skaf tenha anunciado a disposição de ficar um tanto distante de Dilma. O candidato sabe que, caso ele e a presidente sejam bem-sucedidos, há tempo de sobra para a posterior aproximação.
Alexandre vê assim a sua candidatura ser desvitaminada pelo próprio PT. A esta altura, está claro que o petista fará na disputa o papel daqueles nanicos que se dedicam só à campanha negativa. Ele tentará desconstruir o PSDB enquanto Skaf se encarregará de fazer propostas. O estrategista é Lula.
Nunca antes na história deste país, como diria aquele, um candidato foi abandonado tão cedo como está acontecendo com Alexandre Padilha. O adversário do PSDB no Estado segue sendo o PT, só que desta feita, na pele de Paulo Skaf.
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