Presença de Machado e 30 mil pessoas em missa pró-abolição muda conceitos sobre a época

Foi descoberta a presença do escritor Machado de Assis (1839-1908) em missa campal de agradecimento pela libertação dos escravos, ocorrida quatro dias antes pela Lei Áurea.
O Brasiliana Fotográfica revelou foto em que Antonio Luiz Ferreira fez uma tomada panorâmica e contemplou com larga extensão o Campo de São Cristóvão.
Ao site da Brasiliana Fotográfica, Ubiratan Machado, autor do dicionário de Machado de Assis e um dos principais estudiosos da documentação de Machado, diz que a presença do escritor da missa era fato até hoje desconhecido pelos biógrafos.
A Folha de S. Paulo informa que Machado escreveu ao menos duas crônicas sobre a missa, em que satiriza a classe política da época. Machado, que era mulato e bisneto de escravos alforriados, foi criticado por ser omisso em relação à escravidão.
Porém estudos posteriores mostraram que ele retratou com argúcia contradições sociais do país do século XIX, a escravidão entre elas.
O fundamental nessa foto é a presença de milhares nessa missa, o que mostra que o povo, ao contrário do que se imaginava, era francamente favorável à libertação dos escravos no nosso país.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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