Presidente da Câmara não gosta de recuo de Temer em reforma da Previdência
Após dois recuos, Michel Temer deve enviar ao Congresso a Reforma da Previdência antes das eleições de 2016. A decisão já repercute entre membros do governo e aliados.
O ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), que havia dito publicamente na semana passada que a proposta ficaria para depois do pleito, explica que conversou com o presidente do PSDB, Aécio Neves, e com Temer sobre o asunto. Geddel vê em mostrar a reforma antes das eleições um “simbolismo importante” de comprometimento com as mudanças necessárias.
Já o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) não gostou da decisão. Ele não foi comunicado previamente de que Temer pretendia respeitar o programa original. Maia soube da decisão só depois da reunião do governo com Aécio.
“Fico então liberado para definir o cronograma que eu decidir com os deputados na Câmara”, disse Maia à colunista Jovem Pan Vera Magalhães.
O cronograma dele deve ser um pouco mais distendido que o do Temer e a reforma vai tramitar efetivamente só depois das eleições, cujo primeiro turno ocorre no começo de outubro.
Acaba sendo muito barulho por nada, gera toda uma “espuma”, mostra um presidente titubeia e que não tem a firmeza que anuncipu que teria. Assim, antecipar ou não a reforma pode ter pouca importância em sua aprovação ou não.
Recuo do recuo
São poucos dias de efetividade do governo Michel Temer e há muitas dificuldades em se fazer o que fora prometido: mostrar firmeza nas ação, não mudar o rumo e tentar coordenar a base aliada. Parece que “deu ruim” em todas as tentativas.
Temer já havia alertado as lideranças aliadas que enviaria as propostas de reformas antes das eleições deste ano.
Mas o presidente foi alertado por Rodrigo Maia de que isso não seria teria um bom efeito na base de sustentação, uma vez que alguns deputados e senadores tentarão o cargo de prefeito no fim do ano, ou apoiarão outros candidatos, e temem o efeito eleitoral negativo de mexer nas regras da aposentadoria.
Por isso Temer anunciou a mudança e dois ministros chegaram a dizer na semana passada que a tendência era a proposta ser enviada depois das eleições.
Agora, houve o recuo do recuo.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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