Presidente Dilma Rousseff ainda tem que explicar prejuízo da Petrobras
Reinaldo, já está provado que a direção da Petrobras omitiu mesmo do conselho as duas cláusulas do contrato com a empresa belga que impuseram um prejuízo à Petrobras de 1,18 bilhão de dólares. Quer dizer que a presidente Dilma, então, não tem mais o que explicar?
Muito pelo contrário, agora ela tem explicações para dar mais do que nunca. Olá amigos e internautas da Jovem Pan.
De fato já não há mais dúvidas, a ata veio a público e parte da operação desastrosa que levou a Petrobras a comprar 50% da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, está esclarecida. Em 2006 a direção executiva da Petrobras omitiu do conselho de administração da empresa, presidido por Dilma Rousseff, as cláusulas Marlim e Put Option do contrato que faria com a empresa belga Astra Oil.
A primeira garantiu aos belgas uma rentabilidade de 6,9% ao ano, pouco importava o resultado da refinaria. A segunda obrigava a Petrobras a comprar os outros 50% no caso de haver desentendimento entre os sócios.
Que tipo de gente é essa que garante a um sócio 6,9% de rentabilidade independentemente do desempenho de um empreendimento? A Petrobras se comportou como um banco de investimento, como não é em nenhum lugar do mundo. Vende rentabilidade sem risco com juros pré-fixados, independentemente das condições de mercado. Um espetáculo. Some-se a isso a obrigatoriedade de a empresa comprar os outros 50% da refinaria e o resultado é aquele que já sabemos, um prejuízo de um 1,18 bilhão de dólares.
Quando se diz que o “eu não sabia” de Dilma não se justifica não se está a falar da conselheira Dilma Rousseff, mas da ministra da Casa Civil que era inequivocamente a chefe do setor energético brasileiro. Era ela quem dava as cartas. Como a Petrobras não pôde oferecer a rentabilidade 6,9% a Astra jogou o contrato na mesa já em 2007 e pediu que se aplicasse a cláusula Put Option. Outra, exigiu que a Petrobras comprasse a outra metade.
De fato, o assunto foi parar no conselho e Dilma decidiu que era hora de enfrentar os belgas na Justiça. Ora, isso prova que ela tinha ciência das barbaridades desde 2007. Sobra a pergunta óbvia: por que não fez nada? Quem preparou as justificativas técnicas para a compra da refinaria de Pasadena foram o então diretor da área internacional, Nestor Cerveró, e Paulo Roberto Costa, que era diretor de refino e abastecimento. É aquele senhor que foi preso pela PF na operação “Lava Jato”, que apura a lavagem de dinheiro no valor de 10 bilhões de reais.
Se Dilma sabia de tudo desde 2007, por que Cerveró e Costa continuaram na Petrobras? Atenção, o ex-diretor que agora está preso, e não foi por causa do rolo de Pasadena, só deixou a empresa em Março de 2012, Cerveró migrou para a direção financeira da poderosa BR Distribuidora, foi promovido.
Dilma não tomou iniciativa para investigar a lambança quando presidiu o conselho e não o fez também depois de presidente da República, quando a Petrobras se viu obrigada pela Justiça americana a comprar sim a outra metade da refinaria por 820,5 milhões de dólares, que se somaram aos 630 milhões de dólares que já haviam custado os primeiros 50% da empresa.
A Petrobras virou o símbolo da atuação desastrada do lulo-petismo. Em 2010a empresa estava avaliada pelo mercado, atenção, em 380 bilhões de reais. Hoje vale 179 bilhões de reais. Um tombo de mais de 200 bilhões. Era a décima segunda maior empresa do mundo, hoje é a centésima vigésima.
A gente faz o que, aplaude a presidente?
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