Previsões sobre a economia brasileira continuam ruins; veja
Reinaldo, algum refresco para a presidente e para a candidata Dilma na economia?
Não é por nada, não, mas, quando se olha o cenário econômico, a gente se pergunta por que tantos querem governar o país, não é mesmo? O boletim Focus reviu para baixo, mais uma vez, o crescimento neste 2014: na semana passada, era de 0,7%; agora, de 0,52%. A mudança se dá depois de os números do IBGE terem demonstrado que o Brasil entrou em recessão técnica, com o encolhimento da economia em 0,2 % no primeiro trimestre e 0,9% no segundo. Este é 14º rebaixamento consecutivo da expectativa de crescimento. Caiu também a previsão para o ano que vem: de 1,2% para 1,1%.
Se, nessa área, os números assombram porque baixos, no que diz respeito à inflação, o índice deste ano segue firme em 6,27%, e o de 2015 passou de 6,28% para 6,29%, quase no teto da meta (6,5%). Também as previsões para a Selic são siderais: fecha este ano em 11% e vai a 11,75% no ano que vem.
Resumo da ópera: o mercado prevê um 2015 com crescimento mixuruca, inflação alta e juros nas estrelas. Imaginem se a gente acrescentar Dilma Rousseff a essa receita indigesta, dado o que o mercado anda pensando dela.
Há má notícia também na balança comercial. Agosto teve o pior resultado desde 2001, com superávit de US$ 1,2 bilhão. Ainda assim, ele está maquiado e é fruto da contabilidade criativa. Para todos os efeitos, houve esse saldo positivo, mas ele só foi conseguido graças a uma mandracaria que já não é nova: a falsa exportação, que só existe no papelório, de uma plataforma de petróleo de US$ 1,1 bilhão. Ou por outra: o superávit de US$ 1,2 bilhão foi, na verdade, de apenas US$ 100 milhões. Só para lembrar: essa plataforma não sai do país, é produzida aqui e vendida aqui, e há um trâmite de papéis que garantem facilidades fiscais. Mas não é exportação.
Com o truque empregado, o acumulado da balança comercial conseguiu, pela primeira vez, ficar no azul: US$ 249 milhões. Isso é conta para Guido Mantega ver. De verdade, o déficit acumulado ainda é de US$ 851 milhões. No acumulado de 12 meses, o superávit é de US$ 6,4 bilhões. A maré não está para peixe, nem para Dilma.
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