Prisão de Othon Luiz Pinheiro da Silva é dramática

Que lições traz a entrada pra valer do setor elétrico na Operação Lava Jato e no escândalo geral chamado Brasil?
A prisão de Othon Luiz Pinheiro da Silva, presidente da empresa elétrica da parte radioativa lá de Angra, demonstra que entrou pra valer o setor elétrico na denúncia que até agora se concentrava na Petrobrás, no gás, etc.
Em primeiro lugar, a eletricidade é o quintal da Dilma. A Petrobras já era, mas a eletricidade muito mais, porque Dilma foi ministra de Minas e Energia, secretária de Energia no Rio Grande do Sul e era a “mãe da luz”. A sempre suspeita em torno do cardeal, o diretor da Eletrobrás acusado de cobrar propina para a campanha dela já torna a situação complicada.
Eu acho que a prisão de Othon Silva é dramática, inclusive do ponto de vista do Brasil. O professor Edmar Bacha tornou famosa aquela definição que “O Brasil é uma Belíndia”, uma mistura de Bélgica e Índia.
Essa coisa da Bélgica lembra muito que o Brasil tem, no meio desse subdesenvolvimento que o governo petista tentou disfarçar, pontas de excelência que precisam ser destacadas em vários setores.
O engenheiro naval e vice-almirante, Othon Pinheiro da Silva, é um exemplo claro disso aí. É um quadro da maior relevância, da maior competência, e um quadro do qual um país como o Brasil não pode abrir mão.
Ele passou uma vida inteira comandando um projeto da bomba atômica brasileira, mantido a sete chaves durante a ditadura militar, e, aproveitado por Lula, passou a conduzir a construção das usinas nucleares de Angra depois de ter mantido em sigilo o chamado Programa Nuclear Brasil-Alemanha.
Este homem cai por corrupção aos 75 anos de idade, jogando fora uma dessas áreas de excelência que ele representava e o que é pior, transferindo para o futuro das filhas o ônus da sua decisão de se corromper. Essa é a tragédia brasileira, e não temos apenas que chorar pela família dele, mas também pela perda de excelência do Brasil num setor importante.
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