Projeto autoritário do PT está por trás movimento por reforma política

  • Por Jovem Pan
  • 22/04/2014 10h34
Reprodução MST e Levante Popular da Juventude são extensões do PT

Reinaldo, nesta segunda o MST promoveu uma manifestação em favor da reforma política, parando a Avenida Paulista por um tempo. Por que você diz que isso tem mais importância do que parece?

Porque, na raiz desse negócio, está um projeto autoritário do PT, vou explicar. Olá internautas e amigos da Jovem Pan.

O PT não privatizou apenas a Petrobras, as estatais de maneira geral, os poderes da República e instâncias do Estado. Na sua vocação para substituir a sociedade, para tomar o seu lugar, privatizou também o povo. Nesta segunda, cerca de mil pessoas paralisaram a Avenida Paulista, no centro de São Paulo, defendendo que as empresas privadas sejam proibidas de doar dinheiro para campanhas eleitorais.

O ato foi promovido pelo MST e por um dos seus braços, um tal Levante Popular da Juventude. A turma, por sua vez, é uma extensão do PT. O MST e o tal levante se apresentam como grupos organizados da sociedade civil, que seriam independentes de partidos. Falso como nota de 3 reais.

Na verdade, a pauta que eles levaram para a rua nesta segunda é do comando do PT, e isso está documentado. Vamos ver. No dia 10 desse mês o diretório nacional do PT votou uma resolução contra a Emenda Constitucional número 352, vejam o endereço desta emenda no site da Jovem Pan, que propõe justamente uma reforma política.

O mais curioso é que o coordenador do grupo, que elaborou este texto, é o deputado Cândido Vacareza, do PT de São Paulo. Ocorre que a direção do partido não gostou. Por quê? Essa Emenda 352 propõe, por exemplo, o financiamento misto de campanha. Isto é, permite também as doações privadas. A PEC 352 propõe ainda, o fim do voto obrigatório e a coincidência entre as eleições municipais e as federais e estaduais.

Vacareza foi o coordenador de um grupo suprapartidário, mas o PT o desautorizou publicamente e há até facções que pedem a sua expulsão do partido. Porque? O núcleo duro do PT quer outra coisa, quer financiamento exclusivamente público de campanha, quer Assembleia Constituinte para fazer a reforma e quer voto fechado em lista. No site da Jovem Pan [aqui] vocês encontram a íntegra do texto que o partido enviou aos militantes.

Financiamento público, ouvintes, vocês sabem o que é. Nós os contribuintes pagaríamos as campanhas eleitorais. O voto em lista consiste no seguinte: vocês perderiam o direito de escolher o vereador e os deputados, estadual e federal, votariam apenas no partido. E esse partido mandaria para o Legislativo pessoas que compõe uma lista fechada.

A cara de pau é de tal sorte que na mensagem enviada aos militantes a direção do PT escreve que “o Partido dos Trabalhadores elaborou um projeto de iniciativa popular”. Oras, das duas uma: Ou o projeto é de iniciativa popular ou é do PT. E no caso, é do PT.

Assim, meus caros, a manifestação desta segunda não teve nada de popular, foi um ato do partido. Na quarta-feira, 16, a presidente Dilma voltou a pregar a reforma política e a falar até em um plebiscito, provavelmente o tema irá parar na sua campanha eleitoral. Se ela ganhar…

Uma coisa precisa ficar clara: se o financiamento exclusivamente público de campanha e o voto em lista forem aprovados esqueçam, o país ficará refém do PT por muitos anos ainda. E aí nem é o caso de pedir que Deus nos acuda, Ele tem mais o que fazer. Será bem mais fácil o Diabo se interessar por nós.

 

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