Propaganda do TSE é de um elitismo e também é uma agressão ao direito individual

Nêumanne, você acha necessária a campanha publicitária do Tribunal Superior Eleitoral?

Bem, eu acho justificável uma campanha publicitária do Tribunal Superior Eleitoral na eleição dando informações úteis para o eleitor, dando indicações.

Agora, a “criatividade” publicitária tem produzido campanhas cada ano mais ridículas. A deste ano tem seus recordes: o uso de artistas populares pra fazer gracinha torna a campanha absolutamente inócua. Se é pra fazer aquilo não precisa estar ocupando um horário no intervalo comercial das emissoras de televisão.

É, mais do que isso, as informações sobre o exército de pessoas mobilizadas para fazer com que seu voto chegue ao seu destino, que é absolutamente inútil, não é necessário que nós saibamos das estruturas lá do TSE.

O TSE tem é que garantir que o voto vai ser acolhido, que o voto vai ser contado sem fraude, o resto é besteira. Mas besteira grossa mesmo é exigir que o eleitor vote bem, que o leitor vote com consciência, que escolha bem, essa é uma atitude discriminatória, uma atitude inexplicável e vaga. O que é que é votar bem? Quando é que o leitor vota de acordo com que tipo de qualidade exigida pelo Tribunal Superior Eleitoral? Isso é de um elitismo e também é uma agressão ao direito individual.

Eu e o Zé Mané da esquina, nós votamos em quem quisermos, nós temos de nos submeter aos critérios de qualidade dos senhores juízes do Tribunal Superior Eleitoral, o máximo que eles podem fazer é o trabalho deles direito, e não terem que ficar fazendo propagando por se considerarem os grandes heróis da nacionalidade porque estão simplesmente os que precisam, devem fazer e são pagos pra isso.

Isso é um absurdo, um absurdo elitista e uma agressão à igualdade democrática que deve haver numa eleição.