Propina ou doação? Ministros de Dilma são investigados por suposto envolvimento na Lava Jato

  • Por Rachel Sheherazade/ JP
  • 08/09/2015 12h29
Montagem/Agência Brasil Aloizio Mercadante

Durante as comemorações do dia da Independência, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin comentou a abertura de inquéritos contra dois ministros do governo Dilma por suspeita de recebimento de dinheiro ilegal, doado por empresas ligadas ao Petrolão.

Para Alckmin, esse fato novo põe a presidente Dilma Rousseff no centro da Operação Lava Jato.

O governador tucano defende uma investigação profunda, séria e rápida. “E que depois se cumpra a Constituição.” Obviamente, Alckmin se referia ao afastamento da presidente, caso se comprovem as suspeitas.

Sábado, o Supremo determinou a abertura de inquérito contra o ministro da Comunicação, Edinho Silva, que foi tesoureiro da campanha de Dilma, e Aloízio Mercadante, ministro da Casa Civil, derrotado na campanha para o Governo de São Paulo em 2010.

Ouvido pela Operação Lava Jato, o delator Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC, garantiu que pagou propina ao PT, depositando dinheiro, oficialmente, numa conta do Partido dos Trabalhadores.

Segundo o próprio Ricardo Pessoa, ele teria sido “convencido” a repassar dinheiro para a campanha de Dilma pelo tesoureiro da campanha, o hoje ministro Edinho Silva. Edinho teria dito ao empresário: “Você tem obras na Petrobrás e tem aditivos. Não pode só contribuir com isso. Tem que contribuir com mais. Estou precisando. (…) O senhor tem obras no governo e na Petrobrás. O senhor quer continuar tendo.”

Outro suposto beneficiado com dinheiro de propina é o ministro Mercadante. De acordo com o delator Ricardo Pessoa, o petista teria recebido 250 mil reais de propina para sua campanha a governador.

O PT bate na mesma tecla. Diz que o dinheiro de doações é legal, declarado no TSE. Mas isso não justifica a origem dos recursos nem a forma como esse dinheiro foi arrecadado.

Ricardo Pessoa foi muito direto: oficiais ou não, as doações de campanha das empreiteiras eram pagamentos de propina para fechar contratos com a Petrobrás. O manjado e infame “toma lá dá cá”.

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