A prostituição da República

  • Por Rachel Sheherazade/ JP
  • 08/05/2015 11h28
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SÃO PAULO, SP, 19.10.2014: DEBATE-PRESIDENTE - Michel Temer (PMDB) - O senador Aécio Neves (PSDB) e a presidente Dilma Rousseff (PT), que disputam o segundo turno das eleições à Presidência, participam do debate da TV Record, neste domingo (19) em São Paulo. (Foto: Rodrigo Dionisio/Frame/Folhapress) Frame/Folhapress Michel Temer (PMDB) no debate entre Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) no dia 19/10/2014

Não adiantou a chuva de petrodólares com as imagens da presidente Dilma Rousseff, do ex-pesidente Lula e de João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, preso por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro.

Também não surtiu efeito o som do coro dos sindicalistas que ecoava das galerias da Câmara:

“PT pagou com traição a quem sempre lhe deu a mão”.

O governo petista conseguiu aprovar a primeira medida provisória do pacote de ajuste fiscal, que prevê, entre outras medidas, o corte de benefícios trabalhistas, como o seguro desemprego, o seguro defeso e a pensão por morte.

Depois de tantas humilhantes derrotas, finalmente, uma pequena vitória para a presidente Dilma no Legislativo.

Aliás, vitória só alcançada com a ajuda do PMDB, que já passou a fatura desse apoio.

Os votos do maior aliado do governo nesta primeira fase do pacote de maldades da mandatária tem um preço: o partido do vice-presidente Michel Temer exige, agora, como contra-partida, as nomeações para setenta cargos do segundo escalão.

Já o PDT, outro aliado, mas que votou com independência e contra o pacote, deverá arcar com a ira do PT. O partido de Dilma e Lula considerou a postura do PDT, na votação do ajuste fiscal, uma traição ao Governo.

E o planalto já prepara uma retaliação: deverá cortar a cabeça do ministro do trabalho Manoel Dias.

Como se vê, Dilma continua adepta do fisiologismo, negociando apoio político em troca de cargos e outras mamatas. É a prostituição da República.

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