Provável tom apocalíptico de debate será impulsionado por otimismo de Obama

  • Por Caio Blinder/ JP Nova Iorque
  • 14/01/2016 11h51
EFE/MICHAEL REYNOLDS Obama faz o Discurso do Estado da União nesta terça (12)

Nesta quinta-feira os candidatos presidenciais republicanos realizam mais um debate em ritmo circense graças à presença do bufão Donald Trump. Fácil prever que o tom sobre o cenário americano será apocalíptico, culpa de Barack Obama. Na terça-feira à noite, o presidente também falou sobre o cenário do país em seu último discurso sobre o Estado da União, em sessão conjunta do Congresso, de maioria republicana. O tom de Obama: otimista.

Exceto em momentos urgentes e dramáticos, Barack Obama não terá mais este púlpito para um discurso à nação como foi o caso do pronunciamento de terça-feira à noite. O discurso foi um rascunho para o seu legado histórico e ele espera que ajude na vitória do sucessor do seu Partido Democrata, no caso Hillary Clinton, na eleição de novembro.

O impacto deste tipo de discurso costuma ter vida curta, mas vale para vitaminar a taxa de aprovação do presidente de plantão e assim ajudar o partido em termos eleitorais.

O problema de Obama é estar empacado em uma taxa de aprovação medíocre, na faixa de 45%. Na verdade, ele nunca foi incrivelmente popular em alguns momentos do mandato como Bill Clinton ou Ronald Reagan, nem desastrosamente impopular como o predecessor George W. Bush. O paradoxo de Obama é que muito pontos do seu projeto como lutar por ação em mudanças climáticas e controle de armas são mais populares juntos do que sua defesa deles.

Obama, o candidato, sempre foi mais carismático do que Obama presidente. Obama foi bem sucedido na missão de impedir que os Estados Unidos caíssem no abismo econômico na crise que marcou sua posse em janeiro de 2009, mas fracassou na sua ambição de ser o grande unificador nacional. O país está mais dividido do que nunca. Os republicanos tratam Obama como um incompetente tirano socialista, enquanto na campanha que agora esquenta, Hillary Clinton prefere manter uma certa distância do presidente como o preço para conseguir pegar o seu emprego.

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