PSDB afina discurso e fala unido em favor do impeachment

  • Por Reinaldo Azevedo/Jovem Pan
  • 11/12/2015 11h13
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Brasília - Presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, o ex-presidente da Fernando Henrique Cardoso e o governador Geraldo Alckmin em reunião na sede da Executiva Nacional do PSDB (Valter Campanato/Agência Brasil) Valter Campanato/Agência Brasil Senador Aécio Neves e ex-presidente Fernando Henrique Cardoso durante reunião na sede do PSDB em Brasília

A disputa está colocada: trata-se, de um lado, da ampla maioria dos brasileiros contra, do outro, um grupo que se assenhoreou do estado, com todos os seus satélites — que são, direta ou indiretamente, beneficiários do regime. Eis a luta do impeachmet.

Nesta quinta-feira, o PSDB afinou seus instrumentos, e todos eles tocarão a mesma música, no mesmo tom: todos os governadores do partido, todos os seus parlamentares e todas as suas instâncias decisórias fecharam questão em favor do impeachment de Dilma.

Isso significa, neste momento, ir ao encontro do povo e não cair nas armadilhas toscas que tentam atribuir a Eduardo Cunha a autoria da denúncia contra Dilma. Não! Ele é apenas o presidente da Câmara.

De resto, as oposições já deram a sua resposta ao deputado antes mesmo que ele tomasse uma decisão: votaram contra ele no Conselho de Ética. Quem estava negociando com o presidente da Câmara era o PT. Era Lula. Era Jaques Wagner. Era Berzoini.

Os principais líderes do partido se reuniram nesta quinta em Brasília. “Há um sentimento hoje convergente dentro do PSDB de que as razões objetivas para o que o impeachment venha a ser aprovado pela Câmara e o Senado estão colocadas”, disse Aécio Neves, presidente da sigla. Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, emendou: “A posição dos governadores é a mesma: impeachment não é golpe”.

Enquanto isso, as franjas do petismo e do governismo, que vivem de dinheiro público, a exemplo de CUT, MST, MTST e UNE, preparam manifestações contra aquilo que chamam “golpe”.

Dia desses, circulou por uma aí um “manifesto de escritores e artistas”, que, por alguma razão, se julgam especialmente habilitados a dar opinião em grupo. Um dos parágrafos do texto chega a ser espantoso. Está lá escrito:
“A democracia representativa não admite retrocessos. A institucionalidade e a observância do preceito de que o Presidente da República somente poderá ser destituído do seu cargo mediante o cometimento de crime de responsabilidade é condição para a manutenção desse processo”.

Em primeiro lugar, o texto é juridicamente analfabeto. Segundo o Artigo 86 da Constituição, um presidente da República pode sofrer impeachament por crime de responsabilidade (Inciso II) e também por infrações penais comuns (Inciso I). Em segundo lugar, se os tais tivessem lido a denúncia contra Dilma e a Lei 1.079, teriam percebido que a presidente cometeu… crime de responsabilidade!

Sabem como é… São artistas e escritores. Basta que tenham opinião. Eles acreditam que a sociedade tem de ouvir o que eles têm a dizer em razão de sua fidalguia, ainda que duplamente desinformada.

Nesta quinta, foi a vez de um grupo de 480 professores universitários lançarem um manifesto contra o impeachment. Também eles veem a democracia ameaçada.

Entendo. Quem a maioria do povo pensa que é para querer Dilma fora do poder, ancorada em sólida argumentação jurídica?

A CUT não quer.
A UNE não quer.
O MST não quer.
O MTST não quer.
Professores que não ensinam não querem.
Escritores que não leem nem a legislação que atacam também não querem.

Mas o Brasil quer.

Eles vão fazer o quê?

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