PSDB define palanques para as eleições de 2014

  • Por Jovem Pan
  • 01/07/2014 11h20
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Reinaldo, na última hora o PSDB chegou a um acordo com os partidos que apoiam Alckmin e José Serra será candidato ao Senado da frente. Como você avalia a notícia para os tucanos?

Tudo vai bem quando termina bem, diria Shakespeare. O PSDB chega à data-limite para a definição dos palanques com, até agora, uma unidade que não se via no partido desde 1998, quando FHC conquistou, no primeiro turno, o segundo mandato presidencial para o partido.

Em 2002, 2006 e 2010, fatores vários levaram à derrota dos tucanos, mas uma coisa é certa: se a legenda dependesse da união para vencer, teria perdido. Parece que ao menos parte substancial da lição foi aprendida. Numa caminhada com menos tropeços do que se supunha e com mais conquistas, a esta altura, do que se imaginava, o PSDB assistiu a um princípio de crise em São Paulo ― mas a tempo solucionada por ações sensatas de homens sensatos. E José Serra será o candidato ao Senado da coligação que apoia a reeleição de Geraldo Alckmin.

Dadas as circunstâncias vigentes até domingo, ele estava relutante ― e com razão. Mas aí o governador e o próprio presidenciável Aécio Neves atuaram para adaptar a realidade político-partidária à necessidade. Serra vai disputar o Senado tendo o também tucano José Aníbal, hoje deputado federal, como suplente.

No breve período em que o PSB anunciou que teria candidatura própria em São Paulo, Gilberto Kassab, presidente do PSD e aliado incondicional de Dilma Rousseff na esfera federal, negociava o posto de vice na chapa de Alckmin ― e a aliança chegou a ser dada como praticamente selada. O PSB voltou atrás, conquistou o lugar de vice, e Kassab passou a ser considerado candidato à vaga ao Senado na chapa encabeçada pelo tucano. Acontece que o PSDB tinha desde sempre o pré-candidato apontado nas pesquisas como o favorito: José Serra.

Sem a garantia da necessária unidade de todos os partidos da coligação em torno de seu nome, o ex-governador estava mesmo decidido a se lançar candidato à Câmara Federal. Kassab preferiu pôr um fim às negociações com o PSDB, migrou para a candidatura de Paulo Skaf ao governo (PMDB) e, num lance ainda mais inesperado, decidiu se lançar ao Senado.

Acontece que Serra seguia sendo o nome com mais densidade eleitoral no grupo que apoia Alckmin. Foi sensível à argumentação da direção do partido, de Aécio e, em particular, do governador, que costurou o apoio das legendas coligadas.

Serra deixa, assim, um lugar que era considerado certo na Câmara dos Deputados para disputar uma vaga que, obviamente, comporta mais riscos. Em 2014, renova-se apenas um terço do Senado, e cada Estado elegerá apenas um representante. É uma disputa majoritária. As pesquisas de opinião o colocam com boa vantagem sobre o segundo colocado, Eduardo Suplicy, do PT, que concorrerá ao quarto mandato.

Ter um nome forte disputando o Senado é importante tanto para Aécio Neves, que precisa ter votação expressiva em São Paulo ― e o paulista Aloysio Nunes não é vice na sua chapa por acaso ― como para Geraldo Alckmin, que sabe que enfrentará uma disputa difícil.

Logo, não fazia sentido desperdiçar o capital de votos que, segundo as pesquisas, tem Serra. A máquina de desqualificação do petismo, que funcionou com eficiência em 2012, está bastante desmoralizada. Os apenas 17% de aprovação ao petista Fernando Haddad, prefeito de São Paulo, deixa isso muito claro.

 

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