PT divulga resolução pela executiva nacional; veja

  • Por Jovem Pan
  • 04/11/2014 11h49
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Reinaldo, então você leu a Resolução divulgada ontem pela Executiva Nacional do PT? E o que achou?

Li sim. Nesta segunda, a Comissão Executiva Nacional do partido divulgou uma resolução espantosa. Sintetizo:

1: deixa claro que a disposição para o diálogo do governo Dilma é uma farsa;

2: confessa que seu objetivo é promover o que chama “revolução cultural” para construir a “hegemonia”;

3: evidencia que o objetivo da reforma política é mesmo aniquilar ou subordinar as demais vozes da sociedade.

Entre outras barbaridades, pode-se ler no documento o seguinte: “A oposição, encabeçada por Aécio Neves, além de representar o retrocesso neoliberal, incorreu nas piores práticas políticas: o machismo, o racismo, o preconceito, o ódio, a intolerância, a nostalgia da ditadura militar”.

Note-se que não vai acima o perfil de um partido adversário, mas o de uma força que tem de ser eliminada. Mais: Aécio obteve 48,36% dos votos – 51.041.155. Quer dizer que metade do eleitorado votou no racismo, no machismo, no ódio, na intolerância e na nostalgia da ditadura? Um texto como esse é um acinte e um disparate. Essa gente está no comando do país, o que explica muita coisa.

O texto confessa: “É urgente construir hegemonia na sociedade, promover reformas estruturais, com destaque para a reforma política e a democratização da mídia”. O PT está se referindo à “revolução gramsciana”, numa referência ao teórico comunista italiano Antonio Gramsci. Na mesma resolução, o partido deixa claro: “Para transformar o Brasil, é preciso combinar ação institucional, mobilização social e revolução cultural”.

O que é “hegemonia”? É a ditadura perfeita. Prefiro citar o próprio Gramsci, que a definiu como ninguém. Para que você entenda a referência, é preciso saber que ele chamava o partido que comandaria a sociedade como o “Moderno Príncipe”. Ouçam o que escreveu:

“O Moderno Príncipe, desenvolvendo-se, subverte todo o sistema de relações intelectuais e morais, uma vez que seu desenvolvimento significa, de fato, que todo ato é concebido como útil ou prejudicial, como virtuoso ou criminoso, somente na medida em que tem como ponto de referência o próprio Moderno Príncipe e serve ou para aumentar o seu poder ou para opor-se a ele”.

Entenderam? A revolução cultural gramsciana, que conduz à hegemonia, esta que o PT agora diz abertamente querer, faz do “partido” a única verdade possível. Desaparecem os valores e a moral. Será crime o que o partido definir que é crime. Será virtude o que o partido definir que é virtude.

Mensalão, aloprados, roubalheira na Petrobras? Aumentam o poder do partido? Então são virtudes. E o PT dá o caminho da sua busca pela ditadura perfeita. Está lá na resolução:

– reforma política, precedida de um plebiscito, através de uma Constituinte exclusiva;

– democracia na comunicação, com uma Lei da Mídia Democrática – isso quer dizer “censura”;

– retomada do projeto que entrega a administração federal a conselhos populares.

A resolução do PT retira a máscara do segundo governo Dilma e deixa claro que

aqueles que embarcarem nessa conversa estarão pondo a corda no próprio pescoço. Assim, tudo o que os políticos comprometidos com a democracia representativa puderem fazer para que os petistas não assumam o comando da Câmara deve ser feito.

Para encerrar, observo: não se iludam os líderes do PMDB. O partido está na mira da “revolução cultural” petista, cuja hegemonia, obviamente, só poderia ser conseguida com a destruição da legenda aliada. Agora não há mais disfarce. É projeto ditatorial mesmo. Mas não vão conseguir.

Aí o idiota diz: “O Reinaldo acha que o PT é comunista”. Não, eu não acho. Quando vejo Lula e Zé Dirceu, penso em outros tipos, em comunistas, não. Nunca disse que o PT é comunista. Digo que é autoritário com pretensões totalitárias. Isso, eu digo. Afinal, os petistas o confessam.

 

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