PT e CUT passaram vexame no Dia do Trabalho

  • Por Jovem Pan
  • 02/05/2014 13h49

Reinaldo, porque você diz que a CUT e o PT protagonizaram neste Dia do Trabalho um dos maiores vexames de sua história?

Explico. O Governo decidiu ser onipresente e participar em São Paulo tanto da festa promovida pela Força Sindical, na Praça Campos de Bagatele, na zona norte, como do chamado Ato Unificado, que chamou no Vale do Anhangabaú a CUT, Central Única dos Trabalhadores, a CTB, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, e a CSB, Central dos Sindicatos Brasileiros. Olá amigos e ouvintes da Jovem Pan.

Não custa lembrar, os eventos ocorreram um dia depois de a presidente Dilma Rousseff ter anunciado um reajuste de 10% no Bolsa Família e de 4,5% na tabela de correção do Imposto de Renda.

No ato da Força os oposicionistas Aécio Neves, do PSDB, e Eduardo Campos, do PSB, foram aplaudidos. Os que tentaram defender o Governo, como Gilberto Carvalho, secretário-geral da presidência, foram impiedosamente vaiados.

No evento liderado pela CUT os petistas não conseguiram falar. O primeiro que se preparou para discursar foi o prefeito Fernando Haddad. Quando seu nome foi anunciado começou uma chuva de latas, garrafas e bolas de papel. Tudo temperado por muita vaia. Irritado, ele foi embora e não quis falar nem com os jornalistas.

O sindicalista e cutista Ricardo Berzoini, ministro da Casa Civil, passou pelo mesmo constrangimento. O senador Eduardo Suplicy e o ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, limitaram-se a cumprimentar os presentes. Tudo não passou de um “oi” e de um “até logo”.

Chamo a atenção para os números. A Força reuniu 250 mil pessoas, embora tenha anunciado 1,5 milhão. E a CUT 3 mil, embora tenha falado em 80 mil. Seja nos números superestimados dos organizadores, seja nos mais realistas, da PM, a diferença é gigantesca. Ainda que esses eventos de primeiro de Maio tenham se transformado em grandes shows, o fato é que aquele promovido pelos que se opõe À Dilma foi bem mais concorrido.

Por falar nela, as generosidades anunciadas no dia anterior não tiveram a menor importância para as pessoas presentes nos dois eventos. Ao ter o seu nome pronunciado, Dilma foi ainda mais vaiada do que a companheirada.

Na manifestação organizada pela Força, Aécio criticou Dilma, disse: “Ela foi ontem à televisão falando que quer dialogar com a classe trabalhadora. E hoje está fechada no Palácio do Governo, não veio aqui olhar para vocês. Explicar por que a inflação voltou, por que o crescimento sumiu e por que a decência anda em falta no atual governo”.

Eduardo Campos emendou: “Vamos derrotar o inimigo número um do trabalhador, que é a inflação, o desemprego, a desindustrialização”. Quem ficou um pouco fora do tom foi o deputado Paulinho da Força. Depois de pedir que os presentes mandassem uma “banana” para Dilma, disse: “Quem vai acabar no presídio da Papuda é ela, porque quem roubou a Petrobras é ela. Que era presidente do conselho”.

Ainda que isso seja pinto perto da violência institucional promovida pela própria Dilma no dia anterior, que usou a rede nacional de rádio e televisão para fazer campanha eleitoral, é o tipo de fala desnecessária. Aécio e Campos tinham sido contundentes o bastante, sem resvalar na grosseria.

Alguém dirá que o sindicalista e político Lula já fez coisa muito pior. É verdade, mas eu não tomo Lula como modelo do que se deve fazer em política. E fora do tom também estão o governo e o petismo, protagonizaram um vexame verdadeiramente histórico. As ruas não andam muito hospitaleiras com o oficialismo.

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