PT, o partido moribundo
E aí, Reinaldo, quer dizer que você e Danilo Gentili, aqui presente, já foram considerados inimigos do Brasil?
Caberá aos órgãos competentes verificar se o que diz Pedro Barusco é ou não verdade. Segundo ele, João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, levou entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões de propina, decorrentes de contratos de empreiteiras com a Petrobras entre 2003 e 2013.
Ele próprio, Barusco (falarei mais dele), devolverá US$ 97 milhões aos cofres públicos. Que a Petrobras tenha sido tomada por uma quadrilha, bem, creio que já não haja dúvida a respeito. Agora que o PT começou a morrer – ou, segundo certo ponto de vista, já morreu – cumpre lembrar um fato notável de sua trajetória.
No dia 16 de junho do ano passado, durante a Copa do Mundo, Alberto Cantalice, vice-presidente do partido, publicou no site da legenda um texto odiento, estimulando a caça às bruxas, e fez uma lista – sim, uma lista negra – de jornalistas e comunicadores que, segundo ele, faziam e fazem mal ao Brasil. Ele estava descontente com as críticas àquele projeto do PT que entregava parte da administração federal aos conselhos populares – que nada mais são do que esbirros do PT. Ouçam o que escreveu:
“Divulgadores de uma democracia sem povo apontaram suas armas, agora, contra o decreto da Presidência da República que amplia a interlocução e a participação da população nos conselhos, para melhor direcionamento das políticas públicas.
Personificados em Reinaldo Azevedo, Arnaldo Jabor, Demétrio Magnoli, Guilherme Fiúza, Augusto Nunes, Diogo Mainardi, Lobão, Danilo Gentili, Marcelo Madureira, entre outros menos votados, suas pregações nas páginas dos veículos conservadores estimulam setores reacionários e exclusivistas da sociedade brasileira a maldizer os pobres e sua presença cada vez maior nos aeroportos, nos shoppings e nos restaurantes. Seus paroxismos odientos revelaram-se com maior clarividência na Copa do Mundo.”
É verdade. Quem gosta de pobre é o PT. Basta ver o que a gestão do partido fez com a Petrobras, que é patrimônio do povo brasileiro. Nunca ocorreu aos “companheiros” que esses nove que eles escolheram para odiar defendem que pobres e ricos tenham aeroportos decentes. Segundo o jeito petista de fazer as coisas, a verdadeira igualdade consiste em oferecer aeroportos que não prestam para todos, sem distinção entre pobres e ricos.
Em junho do ano passado, o PT enfrentava algumas dificuldades, sim, e a popularidade de Dilma não andava lá essas coisas, mas a reeleição ainda era considerada, como se verificou, a hipótese mais plausível. E os companheiros já faziam seus planos para o quarto mandato, embora fosse evidente, havia pelo menos dois anos, que o país caminhava para a lona.
Nesta quinta, ao tomar conhecimento do depoimento de Pedro Barusco e ao ser informado de que agentes federais tiveram de pular o muro da casa de Vaccari para conduzi-lo para um depoimento, eu me lembrei da lista negra de Cantalice. Eu me lembrei de que, segundo o chefão petista, somos nós, aqueles nove, os verdadeiros inimigos do Brasil. Só para registro: no dia seguinte à publicação do texto deste senhor, as ameaças de agressão e morte que habitualmente chegam a meu blog de multiplicaram.
E lembro: não houve uma só entidade ligada à imprensa ou à liberdade de expressão que tenha criticado o PT. O protesto partiu da França, da entidade “Repórteres Sem Fronteiras”. Se bem que houve, sim, um jornalista que se inflamou no Brasil: Janio de Freitas. Contra o PT? Não, contra a “Repórteres Sem Fronteiras”. Endossou, assim, o comportamento fascistoide do petismo.
Entendo pessoas como Cantalice e seus petralhas. Imaginem como seria doce a vida dessa turma se toda a imprensa se comportasse como os patriotas dos blogs sujos, que trocam uma opinião por um anúncio estatal – inclusive da Petrobras. O chato para esse partido moribundo é que, a cada dia, fica mais claro onde estão os vilões. Em breve, a lista de Cantalice dos “inimigos do Brasil” incluirá mais ou menos 200 milhões de brasileiros.
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