PT quer que Cardozo controle a PF
Com a delação do empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC, a Operação Lava Jato está beirando a presidente Dilma e ex-presidente Lula. Pessoa, o homem-bomba, já confessou que foi extorquido por tesoureiros e impelido a fazer doações para as campanhas do PT, sob pena de não fechar contratos com o Governo.
A pressão sobre a Lava Jato ficou tão forte que até o ministro da Justiça já pensa em deixar o cargo.
José Eduardo Cardozo foi convocado pelo Partido dos Trabalhadores para explicar porque não controla a Polícia Federal. Para bom entendedor, o PT (partido investigado no escândalo de propinas do Petrolão) quer que o ministro da Justiça ponha um cabresto na PF e a impeça de investigar a fundo os “companheiros”.
Cardozo respondeu publicamente: “A Polícia Federal é um organismo de Estado não de partido”.
Não é a primeira vez que o PT tenta colocar o bedelho onde não é chamado. Durante o julgamento do Mensalão, o ex-presidente Lula teria convidado o ministro do Supremo Gilmar Mendes para um encontro. Durante a conversa, tornada pública pelo próprio Mendes, Lula teria insinuado: ou o ministro adiava o julgamento ou acabaria investigado pela CPI do Cachoeira.
Em entrevista à Veja, Gilmar Mendes comentou, inclusive, a manobra petista para afastar dois ministros do caso Mensalão:
“Fizeram o diabo para impedir o julgamento do Mensalão. Dois colegas foram retirados. Produziram duas vagas com esse retardo deliberado. Havia um projeto nesse sentido,” sentenciou Mendes.
No que depender da Polícia Federal, o novo projeto petista não deverá impedir as investigações do Petrolão. A PF não fará acepção de pessoas, mesmo que fatos criminosos envolvam a própria presidente da República.
Em entrevista ao Estadão, o diretor geral Leandro Daiello garantiu:
“Nós cumprimos a lei e ninguém vai aceitar ingerência política aqui.”
É o que os brasileiros esperam: que ninguém esteja acima da lei.
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