Qual é o país que Joaquim Levy vai vender no exterior?

  • Por Jovem Pan
  • 20/01/2015 12h39

O ministro da Fazenda Wilson Dias/Agência Brasil O ministro da Fazenda

Rumo a Davos, o Ministro levará ao evento a mensagem de que o Brasil é uma economia com grandes recursos e possibilidades, que está mudando a sua política econômica.

De fato, o ministro poderá mostrar serviço no encontro do Fórum Econômico Mundial, ao relatar o plano de ação que apresenta aos poucos, aos brasileiros.. Alta dos juros, equilíbrio fiscal, corte dos subsídios à energia elétrica…

Voltando às palavras de Levy: “2015 será muito diferente de 2014. Será um ano de ajuste e de retomada do crescimento…” Ajuste já estamos notando, mas crescimento? Baseado em quê?

Por quais razões os estrangeiros em Davos deveriam botar fé nesse discurso? Me pergunto.

O país não cresce. Não foram feitas obras de infraestrutura no setor elétrico, apesar de um pomposo PAC – o Programa de Aceleração do Crescimento. Tivemos nesta segunda uma pequena mostra do que serão os cortes seletivos no fornecimento de energia, em 7 estados e no Distrito Federal.

Quando Dilma forçou a derrubada dos preços em 2012, forçando a renegociação de contratos no setor elétrico, apesar da estiagem e da queda do nível dos reservatórios, a solução foi contratar energia das usinas térmicas, mais caras. O Brasil já é dependente delas, mas hoje não são suficientes. E agora?

No “vale-tudo” da eleição, a candidata Dilma assumiu a diferença e náo repassou a conta nas tarifas. Passada a eleição, o país recebe agora a fatura, no governo Dilma 2. Pior, o consumidor vai pagar caro e sem garantia da entrega.

Todos já sabem que vem aí um tarifaço na conta de luz, em torno de 30%.

Só um louco entraria num país emergente com essas condições! Porque a nata reunida em Davos se interessaria pelo Brasil?

Quanto a nós, resta saber quantos apagões serão necessários para o governo assumir a realidade amarga e começar admitir um possível racionamento de energia – ou pelo menos cortes de energia programados, que não sejam surpresa?

Se o brasileiro vai aguentar o tranco, desistir de plugar o ventilador na tomada ou abrir mão do ar condicionado, no calor fenomenal desse verão, não se sabe.

Mas certamente as atenções do frio gelado de Davos se voltarão para outros países que fizeram a lição de casa para crescer com responsabilidade.

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