Quantos da extrema esquerda votarão em Marine Le Pen no 2º turno?

  • Por Caio Blinder/Jovem Pan Nova Iorque
  • 23/02/2017 08h26
XWH07 BAABDA (LÍBANO) 20/02/2017.- La líder de la ultraderecha francesa, Marine Le Pen, ofrece una rueda de prensa tras su reunión con el ministro de Exteriores libanés, Gibran Bassil (no aparece), en el Ministerio de Exteriores en Beirut (Líbano), hoy, 20 de febrero de 2017. Le Pen llegó a Beirut el domingo para una visita oficial de tres días en la que tiene previsto reunirse con oficiales libaneses. EFE/Wael Hamzeh EFE/Wael Hamzeh Marine Le Pen - EFE

Na quarta-feira, eu falei sobre os caminhos comuns percorridos pelos populistas de esquerda e de direita, o que ajuda a explicar como Donald Trump fascina a nova direita e revigora a velha esquerda na América Latina. Um fenômeno similar tem lugar na eleição presidencial francesa, cujo primeiro turno vai acontecer em abril.

Marine Le Pen e Jean-Luc Mélenchon, candidatos de extrema direita e de extrema esquerda, têm praticamente o mesmo programa econômico, com a arenga de remover a França da União Europeia em nome do patriotismo econômico e protecionismo nacional. A diferença é que Mélenchon não vai para o segundo turno, enquanto tudo sinaliza que Marine Le Pen irá enfrentar o independente de centro-esquerda Emmanuel Macron.

Para quem não sabe, o ressentimento e as propostas retrógradas de Marine Le Pen contra a União Europeia e genericamente contra a globalização seduzem tradicionais eleitores do Partido Comunista, em particular em decadentes áreas industriais.

Assim como outros líderes populistas europeus, com a benção do papa Trump, Marine Le Pen quer implodir a União Europeia. Ela pede um referendo Frexit, nos moldes do Brexit, que em junho passado culminou na decisão de saída da Grã-Bretanha da União Europeia. O jargão da líder da extremista Frente Nacional pode ser encontrado em qualquer panfleto de extrema esquerda com as denúncias contra a “tirania econômica” das elites.

Basta ver o jargão de Mélenchon. Ele diz que a “Europa dos nossos sonhos está morta, com o mercado único e os povos europeus submetidos à tirania dos bancos e das finanças. Como sair deste pesadelo”.

As propostas extremistas são centradas no protecionismo comercial e industrial. Nas duas plataformas, existem as propostas de “combater o dumping de produtos estrangeiros”, “restaurar a soberania nacional monetária” e “criar impostos favoráveis à produção nacional”. Os dois candidatos abominam a austeridade fiscal, prometendo mundos e fundos para as massas.

Existem distinções sobre a estratégia de combate. Para Marine Le Pen, como eu disse antes, o caminho é o referendo. Já para Mélenchon, é fundamental a mobilização das forças populares.

Será curioso saber quantos eleitores de Mélenchon irão votar em Marine Le Pen no segundo turno.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.