Que não se investigue apenas a Copa do Brasil, mas também o caso da Petrobras
Pergunta: O que tem a haver a justiça dos Estados Unidos vir investigar contratos da Copa de 2014?
Resposta: A Copa do Mundo é um torneio organizado por uma entidade particular chamada Fifa, cuja sede fica na Suíça. A Copa do Mundo de 2014, a última que foi jogada, foi jogada no Brasil. Por isso, alguém pode estranhar, por que é que os contratos dessa Copa de 2014, entre a Fifa e seus parceiros comerciais e fornecedores, basicamente privados, entidades e empresas todas privadas e a própria federação, serão examinados pela justiça americana.
Acontece o seguinte: a justiça americana está punindo criminosos que cometeram crimes fiscais nos Estados Unidos. Essas operações irregulares, todas aconteceram em bancos americanos, e houve furto, por que houve sonegação de impostos ao fisco americano. Agora, graças à delação de um tal Blazer e também do brasileiro, José Hawilla, o FBI, está interessado na relação entre o secretário-geral número dois da Fifa e Ricardo Teixeira, que foi presidente da CBF e do Comitê Organizador da Copa.
Essa informação foi dada por Jamil Chade, correspondente do jornal O Estado de S. Paulo na Europa. Eles são suspeitos de crimes financeiros e envolvimento em fraudes, relacionados com o futebol.
E a história que está na manchete do Estadão, na primeira página desta quinta-feira, nos interessa de perto, porque, mais uma vez, confirma o que o professor Modesto Carvalhosa tem insistido em dizer em entrevistas à rádios, jornais e revistas e em artigos em jornais: que a justiça americana está autorizada, pelo pacto anticorrupção, que Estados Unidos e Brasil assinaram, a intervir fora dos limites dos EUA, desde que o lugar onde se operou a fraude não tenha correspondido, em termos judiciais, a punição necessária para os fraudadores.
É o que acontece com a Copa de 2014. Nós esperamos que, se houver o mínimo de senso de justiça – parece que não há – das autoridades brasileiras, que se investigue mais.
O superfaturamento das obras, nos projetos de mobilização, etc. E esperamos também que a justiça americana resolva agir no caso da Petrobras. Aí eu quero ver se vai ter nego gozando de impunidade, impunemente, por aí a fora e no Brasil.
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