A questão que fica é se a civilização acertará os alvos na campanha contra o terror
Uma semana dos atentados em Paris, uma semana que abalou o mundo. O movimento terrorista Estado Islâmico está no centro das atenções e das apreensões globais. Foram semanas alucinantes com o grupo assumindo os atentados de Paris, de Beirute e a derrubada do avião russo no Sinai. Estas chamadas proezas levam a um debate intenso sobre a extensão do perigo e as aspirações do Estado Islâmico.
Até semanas atrás, o grupo parecia focado na construção de um autoproclamado califado ou império islâmico em áreas que ocupa na Síria e no Iraque, mas após matar mais de 400 pessoas em um período de duas semanas fora deste território, a questão é se o Estado Islâmico alterou as ambições e se está ficando mais forte ou mais fraco.
O Estado Islâmico se diferenciava da rede Al Qaeda, pois seu foco era o fortalecimento na sua área e não espetaculares atentados pelo mundo afora. Alguns especialistas acreditam que a nova ambição é prova de força, pois o movimento tem a riqueza de um estado, as aspirações de um poder imperial e uma lista de inimigos que parece encorpar as Nações Unidas.
No entanto, há uma outra visão, com base em relatos de desertores do Estado Islâmico. Eles dizem que o grupo está enfraquecido com os constantes bombardeios aéreos de uma coalizão internacional, as pressões de milícias adversárias e está recrutando menos militantes estrangeiros. Por esta lógica, o Estado Islâmico revisa sua estratégia e as ordens para seus fanáticos ensandecidos e para servirem a causa nos países de origem e não mais na Síria e no Iraque. As instruções são para seus militantes fanáticos matarem e destruírem dentro de casa, como aconteceu na sexta-feira passada em Paris.
Mais fraco ou mais forte, críticos do presidente Barack Obama dizem que o suposto líder do mundo ocidental subestimou a capacidade de atuação do Estado Islâmico. Afinal, pouco antes dos atentados em Paris, o presidente americano disse que o movimento terrorista estava contido. E o que vemos agora é um cenário inclusive de pânico com ninguém sabendo onde o grupo irá atacar novamente. Será de novo na Europa? Será aqui em Nova York? O terror tem o objetivo de semear o terror, inclusive o psicológico. Está conseguindo.
Em um paralelo com os acontecimentos que se seguiram aos atentados do 11 de setembro, a questão é se civilização irá exagerar os riscos ou acertar os alvos certos na campanha contra o terror.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.