Quinta-feira de suspense na Grã-Bretanha, Europa e no mundo inteiro
Quinta-feira de suspense na Grã-Bretanha, Europa e no mundo inteiro.
O resultado sobre o referendo pela permanência (ou não) dos britânicos na União Europeia tem implicações globais. Como brasileiro residente nos EUA, eu não voto, mas, de qualquer forma, vou revela-lo, se assim o fizesse.
Sou um europeísta convicto, muito embora reconheça que a corrida pela integração no Velho Mundo foi acelerada demais e com muitos defeitos. Basta ver a crise vivida pela Zona do Euro, gerada, em grande parte, pelos problemas de fábrica da moeda única. Não é fácil padronizar as economias de um continente complexo.
É bem verdade que o Reino Unido não integra a Zona do Euro, porém, de qualquer modo e apesar de tantos percalços, uma Europa unida é um bem, não tão somente para seus cidadãos, mas também para todo o globo.
Sei que muita gente contrária a Bruxelas reclama do “espírito elitista” dos europeístas e os danos que o bloco causa às soberanias nacionais de seus Estados-membro. No entanto, o impulso para a união continental foi justamente a história destrutiva dos nacionalismos em todo o continente, basta ver o que ocorreu na Segunda Guerra Mundial. A Europa renasceu das cinzas do ódio e se empenhou para abafar os antagonismos excessos de tribalismos.
Os moradores das ilhas britânicas sempre tiveram uma atitude peculiar sobre a integração e, não à toa, o referendo dessa quinta-feira poderá culminar com a saída de uma potência desse clube que, atualmente, reúne 28 membros. Algo dessa magnitude seria sem precedentes.
Mesmo com o triunfo do “remain”, a Europa sairá enfraquecida, pois vive uma crise de identidade com muitos anseios de deserção. A mera realização dessa consulta é um claro sinal de desgaste para o projeto comum. Uma pena. A União Europeia tem problemas, mas estes seriam mais graves sem esta cooperação.
O projeto de Bruxelas é um aprendizado sobre coexistência de diferenças e busca de consenso, mesmo que, muitas vezes, de forma burocrática e exasperante, os valores europeus são de democracia e liberdade. Um Velho Mundo forte é um veneno aos governos autoritários como o de Putin, na Rússia, que, obviamente, apoia o temível “Brexit”.
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