Quinze de março foi só o início: só um país mudo não muda

  • Por Jovem Pan
  • 16/03/2015 12h33
Jovem Pan Confira fotos exclusivas Jovem Pan da manifestação na Av. Paulista

Ontem, domingo, fui mais uma na multidão, quase afogada de emoção, naquele mar sem fim de gente que tomou a avenida Paulista.
Não se via tanta gente junta assim, protestando por um mesmo objetivo, desde o Movimento Diretas Já.
Ontem, o povo brasileiro deu uma aula de cidadania, de civismo e civilidade.

Convocados pela própria consciência, movidos pelo amor ao país, os manifestantes ocuparam as ruas pacificamente, com alegria, bom humor, com respeito, mas também com indignação.

Vieram de graça, sem cachê, e a única recompensa que esperam é um Brasil melhor.

Ontem, vi nossa bela bandeira tremular em tantas mãos, num movimento genuinamente patriótico, vi tantos rostos pintados com as cores da nação, vi cartazes com muitos BASTA, ouvi o soar das panelas irrequietas e vozes que gritavam em uníssono: “Fora Dilma! Fora PT!”

É a voz das ruas. É a voz do povo. Nenhum governo ou parlamentar poderá dizer que não escutou esse brado retumbante. O mundo inteiro ouviu e viu o Brasil clamar pelo impeachment da presidente, persona non grata número um do país.

Já o Governo emudeceu. Alvo dos protestos, Dilma, mais uma vez, se esquivou, se escondeu. Como Maria Antonieta, a perdulária rainha que perdeu literalmente a cabeça na Revolução Francesa, nossa presidente permanece encastelada no Planalto, longe do povo, alheia a tudo que lhe cerca. Falou por seus vassalos e foi, novamente, respondida com panelaço de norte a sul.

Não. As ruas não foram tomadas pela elite branca opressora – quem dera tivéssemos tantos ricos neste país de miseráveis.
Não. O descontentamento com o governo não é partidário nem ideológico, não é regional ou social – é geral!

Quinze de março foi só o início. Uma jornada sempre parte de um primeiro passo. E assim como a chuva não começa como tempestade, toda revolução nasce de um grito – grito de insatisfação. Ontem o Brasil não se calou. Foi mais de um milhão de vozes. Só um país mudo não muda.

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