Reações em uma América do Sul expelindo o populismo
O populismo barato, mas de custo exorbitante e escandaloso na América Latina, vai sofrer mais um golpe com o impeachment de Dilma Rousseff. A Argentina, como todos sabem, saiu na frente com a ascensão ao poder de Mauricio Macri.
Maravilha a América do Sul sem Kirchners, Lulas e Dilmas. Ainda estão aí os hermanitos bolivarianos, filhotes do chavismo, mas ao menos o horizonte é mais promissor no cone sul da América Latina.
No entanto, nada de euforia. Não existe um arco-íris no horizonte. Basta ver o que se passa na Argentina de Macri para ter uma medida de como a jornada será atribulada e num cenário cinzento no Brasil sem Dilma.
O destaque noticioso sobre América Latina no jornal Financial Times, na terça-feira, 30, eram as más notícias para Macri e não a iminência de boas notícias no Brasil. A economia argentina desacelerou recentemente, o desemprego subiu e a confiança do consumidor caiu.
O consolo para Macri é o nível de tolerância ainda decente com o seu governo. O país está consciente do custo que representa implantar ambiciosas reformas para reverter o desastre populista de Cristina Kirchner.
Os programas do governo anterior eram insustentáveis, como os maciços subsídios energéticos. Mesmo assim, em uma grande derrota para Macri, a Corte Suprema reverteu o aumento de tarifas elétricas, transferindo a decisão para uma consulta popular em setembro.
Uma pesquisa na semana passada conferiu 43% de aprovação a Macri, número sólido na Argentina, mas que contrasta com o pico de 51% em março.
Não dá para manter o intenso entusiasmo com a pobreza avançando, assim como a inflação. O desafio para Macri é o habitual: como acalmar a população e investidores até que as reformas frutifiquem?
Um pouco de reza do papa Francisco pode ajudar, apesar dos rumores de que o ex-cardeal de Buenos Aires não seja um torcedor ardoroso do time Macri.
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