Renan insiste em enfrentar MP e Judiciário e tem nova derrota
Mais outro capítulo dessa escalada de tensão entre Legislativo e Judiciário. O presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) não conseguiu votar novamente o projeto de abuso de autoridade.
Renan teve o apoio de líderes apenas do PT, Humberto Costa, e do PMDB, Jader Barbalho, ambos investigados na Lava Jato. O presidente do Senado teve de ouvir ainda um sermão da senadora Simone Tebet, do próprio partido, que disse que não vai usar o mandato para ignorar o povo brasileiro.
É mais uma derrota de Renan, que está em uma montanha-russa entre derrotas e vitórias, mas deixa claro que fará tudo que puder enquanto tem a cadeira da presidência da Câmara para votar propostas de enfrentamento ao Ministério Público e Judiciário.
Renan não poupa nem mesmo nas declarações. Ele deu uma fala bizarra em que afirmou não se dar bem com o sobrenome Veloso, do presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), o mesmo sobrenome da filha e da ex-amante, Monica Veloso. Não há liminies.
Decisão Polêmica
Por outro lado, o ministro do STF Luiz Fux deu uma decisão bastante polêmica, em que anulou por liminar votação da Câmara com mais de 400 deputados presentes.
Ao mandar as “10 medidas” voltarem ao estágio inicial de tramitação, Fux decidiu que medida popular não poderia sofrer emendas e alterações. Essa visão coloca em xeque inclusive a Lei da Ficha Limpa, aprovada nas mesmas circunstâncias.
Foi uma decisão casuística de Luiz Fux, porque foram incluídas pela Câmara alterações que afetam o MP e o Judiciário.
Não bastasse isso, o ministro Gilmar Mendes deu declarações muito pesadas contra seu colega de STF. Ele disse que a decisão foi “o AI-5 (referência à medida mais dura da Ditadura Militar)” do Judiciário, afirmou que é melhor fechar o Congresso e entregar as chaves para a Operação Lava Jato e comparou Fux a Luiz Zveiter, presidente do TRE-RJ afastado.
“Está na hora de tentar serenar os ânimos”, opina Vera Magalhães. Há uma escalada retórica e de ações tomadas de afogadilho, sem nenhuma reflexão para tentar tirar o País da crise.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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