Renan pode rever posição e governo põe “barbas de molho”
O presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL), maior alvo das manifestações populares pelo Brasil no domingo (4), ainda pode rever a posição de votar nesta terça (6) a lei de abuso de autoridade. Em nota cínica sobre os protestos, Renan exaltou a democracia e fingiu que os atos não eram com ele. Se tentar votar a lei, Renan vai ficar muito isolado em plenário. Para não obter outra derrota na Câmara, o alagoano pode recuar, dizer que ouviu a voz das ruas.
Na pauta, Renan manteria ao lado senador e relator Roberto Requião (PMDB-PR) , que xingou manifestantes no Twitter, comparando-os a “equinos”. Mas o recado das foi muito forte e o governo interveio. Alguns senadores apostam nessa guinada de posição de Renan nos próximos dias.
Se fosse hoje a plenário, Renan seria confrontado pelo líder do governo no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), que é um aliado dele, pelo líder do DEM,Ronaldo Caiado, muito bem recebido na manifestação em São Paulo, e por membros da oposição, como Randolfe, Reguffe, Cristovam. Já o PT não faria oposição, pois tem interesse no projeto de abuso de autoridade.
“Barbas de molho”
O governo está com medo do que vem por aí. Apesar de ontem não ter havido “fora Temer” e o governo ter reagido bem.
Porém, tem coisa que vem por aí que vai atingir o governo também. O governo sabe que, na delação da Odebrecht, há pelo menos sete ministros citados.
E chegar a esse momento com o Congresso conflagrado não seria bom. Então o governo também está com as barbas de molho
Maletas
As maletas antigrampo que o Senado adquiriu e foram apreendidas pela Operação Métis da Polícia Federal não serão devolvidas.
A operação suspensa, mas não anulada pelo ministro do STF Teori Zavascki.
Renan queria que as maletas devolvidas antes mesmo da decisão do mérito sobre a operação porque disse que, se o conteúdo dela vazar, haveria grande risco institucional. Mas o procurador Rodrigo Janot deu parecer de que as maletas não devem ser devolvidas.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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