Repórteres Sem Fronteiras mostra preocupação com perseguição a jornalistas no Brasil

  • Por Jovem Pan
  • 23/06/2014 11h54

Reinaldo, quer dizer que a entidade internacional Repórteres Sem Fronteiras expressou preocupação com a perseguição a jornalistas no Brasil?

Sim, vamos relembrar: o vice-presidente do PT, Alberto Cantalice, que coordena também a militância na internet, publicou no site do partido uma lista negra de jornalistas, estou entre eles. A entidade Repórteres Sem Fronteiras, a mais importante organização internacional em defesa do jornalismo, publicou em seu site um texto em inglês em que repudia essa prática.

Tomo a licença de ler um trecho, vocês ficarão sabendo também quem são os nove listados pelo partido. Vamos lá: “A tensão entre o governo e jornalistas de oposição acaba de subir de tom. Num artigo publicado a 16 de junho de 2014 no site do Partido dos Trabalhadores (PT), atualmente no poder, o vice-presidente do partido, Alberto Cantalice, estabelece uma lista negra de jornalistas, chamados de “pitbulls da grande mídia”. Para o dirigente petista, o ódio de Reinaldo Azevedo, Arnaldo Jabor, Demétrio Magnoli, Guilherme Fiúza, Augusto Nunes, Diogo Mainardi, Lobão e dos humoristas Danilo Gentili e Marcelo Madureira, contra as medidas progressistas dos governos Lula e Rousseff, se tornou ainda mais evidente desde o começo do Mundial, que esperam que fracasse”.

Esses “inimigos da pátria” não demoraram a responder. O jornalista Demétrio Magnoli denunciou em O Globo um artigo “calunioso” e uma ação de propaganda por parte do PT. Já Reinaldo Azevedo, da revista Veja, afirmou sua intenção de processar Alberto Cantalice por “difamação”.

“Repórteres sem Fronteiras expressa sua inquietação pelas graves acusações dirigidas contra os jornalistas provenientes de um alto cargo do PT”, declara Camille Soulier, responsável pela seção “Américas” da organização.

E a entidade via adiante: “O Brasil se situa no 111º lugar em 180 países na última Classificação Mundial da Liberdade de Imprensa, elaborada por Repórteres sem Fronteiras”.

Muito bem ouvintes, como vocês puderam perceber, As pessoas sérias não hesitam em repudiar “listas de inimigos do Estado”. Atuam em favor da liberdade, não de um partido ou de uma ideologia. Quem passou a mão na cabeça de baderneiros foi Dilma, foi o PT. Não eu.

A perseguição a mim e aos outros nada tem a ver com a Copa do Mundo. O que eles não toleram é a divergência. Fazem listas para tentar intimidar os nove citados e para ganhar o silêncio dos demais.

Por mim, tudo bem: mais convicto do que ontem e menos do que amanhã. O PT quer cabeças. Eu quero liberdade, especialmente para os que divergem de mim. Para chegar a esse ponto, a liberdade tem de ser um valor, não um mero instrumento. Antes do PT, só as ditaduras fizeram listas de jornalistas. Agradeço a nota de solidariedade da Repórteres Sem Fronteiras, que tem sede em Paris, na França.

Faço apenas uma pequena correção: eu não sou um jornalista de oposição ao PT ou a qualquer partido. Eu sou um jornalista que se opõe à bandalheira. Do PT ou de qualquer partido.

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