Revista afirma que mensaleiros têm privilégios na cadeia; entenda

  • Por Jovem Pan
  • 17/03/2014 10h19

Reinaldo, reportagem da revista Veja desta semana informa que José Dirceu e outros mensaleiros petistas têm alguns privilégios na cadeia. Primeira pergunta: vai acontecer o quê? Segunda pergunta: há gente dizendo que Dirceu está em regime fechado, e que isso é ilegal.

Vamos à primeira questão. Só se a Vara de Execuções Penais do Distrito Federal e o Ministério Público tomarem alguma providência. O governo do Distrito Federal, liderado pelo petista Aguinelo Queiróz, não vai fazer nada. Até porque o próprio governador foi visitar Dirceu secretamente na cadeia. Depois disso, esperar o que?

Quanto à afirmação de uns e outros de que ele estaria em regime fechado, preso de forma ilegal, olhem: trata-se de uma arrematada bobagem, de uma estupidez sem limites, de ignorância mesmo ou de má fé. É coisa de gente que escreve a primeira besteira que lhe dá na telha no intuito de servir a causa sem nem fazer uma pesquisa.

O que caracteriza o regime fechado ou semi-aberto não é poder trabalhar ou não, mas a natureza da instituição prisional. Que tem menos vigilância, que é menos rigorosa. São alas distintas, Dirceu está na ala reservada aos presos do semi-aberto, que tem esse nome mas é um regime também fechado.

De fato, no regime semi-aberto o preso pode ter, “pode”, não quer dizer que deva, algumas licenças que não se concedem a quem está no regime fechado. Uma delas é trabalhar fora, mas essa é uma licença que a Vara de Execuções Penais concede se achar pertinente. O juiz não é obrigado a aceitar o pedido. Mas a concessão pode ser suspensa ou revogada se ficar provado que o preso desrespeitou regras e normas. Aconteceu com Delúbio Soares.

Reportagem da Veja, que traz imagens dos mensaleiros presos, informa que Dirceu fez da biblioteca do presídio uma espécie de escritório privado, ao qual poucos presos têm acesso. Que ele e outros petistas recebem visitas em horários diferenciados, que não comem as “quentinhas” servidas aos demais. Mas uma comida especialmente feita pelos dois detentos, que cuidam de um cardápio especial dos hóspedes ilustres.

Mais, os petistas usam uma sala adaptada como refeitório, distinguindo-se dos outros abrigados na Papuda. Tem acesso a perfumes importados e a lanches do MacDonald´s. Dirceu já foi atendido até pelo seu podólogo.

A Vara de Execuções Penais, não custa lembrar, ainda apura se o ex-ministro usou o celular no presídio, que é proibido. Ele nega. Quem disse ter conversado com ele por telefone foi ninguém menos que o secretário da Indústria, Comércio e Mineração da Bahia, James Correia.

Subordinado do governador petista Jaques Vargas. Atenção, James é amigo pessoal de Dirceu.

Para quem já foi o segundo homem mais poderoso do país, esses privilégios nem parecem grande coisa. Ocorre que são vedados aos demais presos. E o Brasil, até não seja revogada ao menos, é uma República. É evidente que se trata de concessões inaceitáveis e reitero: a acusação de que ele está preso ilegalmente em regime fechado é só uma boçalidade. Ou é coisa de quem não sabe o que está falando ou de quem sabe e está fazendo militância partidária.

 

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