Saber que “crime não compensa” é importante para o Brasil

  • Por Jovem Pan
  • 24/04/2015 17h28
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Ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e doleiro Alberto Youssef são condenados pelo Ministério Público na Operação Lava Jato

Montagem/ Agência Brasil e Sérgio Lima/Folhapress Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef são condenados pelo Ministério Público na Operação Lava Jato

Pergunta: Qual é o significado da primeira condenação pela justiça dos réus do escândalo da Petrobrás?

Resposta: Os jornais deram muito destaque aos depoimentos dos delatores premiados ao longo da Operação lava Jato, mas não deram idêntico destaque para a notícia de grande importância publicada nesta quinta-feira.

É que, passado pouco mais de um ano de a Operação Lava Jato ter sido deflagrada, o escândalo das petroroubalheiras produziu, nesta semana, uma condenação.

Oito acusados, entre os quais os dois principais delatores premiados, o ex-diretor de abastecimento, Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Yousseff tiveram penas estabelecidas entre 4 e 11 anos de prisão por organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Essa condenação se refere exclusivamente à movimentação de dinheiro relativa a contrato de construção da refinaria de Abreu e Lima na Gd. Recife. Na sentença, o juiz Sérgio Moro, mandou também que o executivo da empresa e cinco pessoas ligadas à Yousseff devolvam 18 milhões e 600 mil reais à Petrobras.

A primeira grande lição dessa condenação é que a justiça está funcionando, e se está funcionando é sinal de que não temos uma crise institucional no Brasil; nós temos uma grave crise econômica, produzida pela roubalheira na Petrobras e por outros erros graves do governo Dilma, sob a gestão de Guido Mantega na Fazenda, mas as instituições estão funcionando normalmente.

A imprensa tem sido livre para noticiar, o MP tem sido livre para acusar, a PF tem trabalhado para investigar. E isso está produzindo, primeiro as condenações. Você pode me dizer: mas esses são mandados, os mandantes ainda não estão aí. Não. Ainda há muito a apurar; muito a condenar.

Este é apenas o primeiro passo, mas é a prova de que o estado democrático de direito no Brasil não vai permitir aventuras e nem grandes desventuras. O Michel Temer, que andou dizendo muita bobagem, falou essa coisa certa: “as instituições estão funcionando” e está decretada a devolução do dinheiro roubado da Petrobras de volta a estatal.

É claro que nem todo o dinheiro roubado vai ser devolvido, mas já fica mais ou menos estabelecido que nem sempre o crime compensa. Isso é muito importante num país como o Brasil, em que a impunidade é a regra.

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