Saída do acordo de Paris é sinal da petulância que diminui os EUA
Trump sendo Trump, ele manteve a promessa feita à sua base eleitoral, como trabalhadores das minas de carvão, e na quinta-feira confirmou a retirada dos EUA do acordo climático de Paris. O preço? Priceless.
Em termos qualitativos, um presidente americano renega um acordo negociado por um presidente americano. Como o mundo pode confiar na palavra do chamado país líder do mundo livre?
Em pouco mais de quatro meses de governo, Trump renegou o acordo comercial transpacífico, o acordo climático de Paris e gerou incerteza sobre a Otan, a aliança militar ocidental. E fez tudo isso de forma petulante.
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Dentro de casa, Trump detona o Obamacare o plano de saúde do ex-presidente. Trump detona a ordem estabelecida em nome de um projeto de nacionalismo populista, um projeto perigoso, retrógrado e baseado em falsas premissas e falsas promessas. Trump sonha com a reeleição em 2020. Deveria concorrer em 1920.
Na quinta-feira, Trump disse que a retirada do acordo de Paris, penosamente negociado e aceito por quase 200 países, é uma “reafirmação da soberania americana”, como se o acordo tivesse sido imposto aos EUA e a concretização de metas fosse obrigatória.
Tacanho, no discurso na quinta-feira, Trump disse que os americanos precisam escolher entre serem cidadãos do país (e citou várias cidades onde o declínio industrial pegou pesado) e se integrarem no mundo.
Trata-se de uma colocação cínica e idiota. São falsas escolhas. Estupidamente, Trump insultou Paris, dizendo foi eleito para representar os cidadãos de Pittsburgh e não os da capital francesa, onde foi firmado o acordo climático. O prefeito de Pittsburgh tuitou que está com Paris.
A palavra de ordem de Trump é confronto, não cooperação. Ele visualiza o mundo como um jogo imobiliário, em que somente os EUA devem ganhar e todos atuam para tirar vantagem da nação mais poderosa do mundo. Ele tem uma visão de mundo sombria e atua de forma soturna.
Trump lidera um enclave dentro dos EUA. Sua taxa de aprovação ronda os 40%, 2/3 dos americanos acreditam que mudanças climáticas estejam em curso e apenas 20% dão respaldo aos planos republicanos para substituir o Obamacare. Trump não agrega, apenas divide, dentro de casa e no exterior.
Ao repudiar projetos globais em comércio e clima, Trump dá mais espaço para a China assumir a liderança improvável nestas causas. Ao repudiar o papel de liderança global dos EUA, Trump torna menor esta grande nação.
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