Saúde motivou saída de Serra, mas citação na Lava Jato pode ter influenciado
O senador José Serra (PSDB) deixou o ministério das Relações Exteriores e a colunista Jovem Pan Vera Magalhães conversou com políticos, auxiliares do presidente Michel Temer e médicos que participaram da cirurgia e da recuperação.
Serra fez cirurgia em dezembro, quando havia o risco de hérnia comprimir sua medula. O procedimento, no entanto, não foi muito bem sucedido e o ex-ministro se queixa mais de dores agora do que antes da cirurgia. Em suas palavras com o presidente Michel Temer, Serra afirmou que seu problema era “incapacitante” para corresponder às responsabilidades do Itamaraty.
Serra tem proibição médica para realizar viagens longas e enfrenta agora um longo tratamento de quatro meses pela frente. Os médicos gostariam que o tucano permanecesse em São Paulo, licenciado, mas Serra preferiu reassumir seu cargo de senador.
Outros fatores, no entanto, um deles médicos, influenciaram na decisão.
Pessoas próximas a José Serra notara que ele estaria depressivo, sem a mesma ênfase na participação de questões de governo. Elas atribuem o comportamento a uma certa preocupação com as próximas revelações da Operação Lava Jato.
Serra é citado, já se sabe, em uma das delações da Odebrecht como tendo recebido dinheiro do exterior por meio do ex-banqueiro Ronaldo Cezar Coelho.
O medo da Lava Jato aliado a certa depressão teriam sido fatores também fatores para tirá-lo do governo neste momento.
Os nomes mais ouvidos para o posto de Serra no Itamaraty são os do líder do governo no Senado, Aloysio Nunes Ferreira, e do suplente de Serra, José Aníbal. Assim, ficaria “tudo em casa”, entre tucanos paulistas.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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